Se a Rússia destruir a barragem de Kakhovka, 80 aldeias e Kherson seriam inundadas, com o colapso da estrutura, e haveriam sérias dificuldades para o fornecimento de energia ucraniana durante todo o inverno.

Esta é, pelo menos, a análise feita por alguns ambientalistas. Um dos quais revelou ao jornal britânico The Telegraph que caso o local seja atacado, desencadearia uma autêntica "bomba atómica de água nas cidades e vilas vizinhas", como se pode ver na animação abaixo.

Os mesmos especialistas garantem também que esta possibilidade colocaria em risco o "fornecimento de energia durante todo o inverno na Ucrânia" e, além disso, a explosão da barragem iria significar que a água no reservatório de Kakhovka estaria "num nível demasiado baixo para arrefecer a central nuclear de Zaporíjia".

Também um soldado ucraniano, de seu nome Vladislav, que luta na região de Kherson, foi entrevistado por alguns órgãos de comunicação, e salientou que alguns russos capturados mencionaram a destruição da barragem. "Eles falaram sobre isso. Eu nem ficarei surpreso se eles o fizerem, tudo o que fazem é genocídio.”

Barragem
Simulação daquilo que poderia acontecer se a barragem explodisse

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky também abordou este assunto, nesta quinta-feira, garantindo que esta possibilidade é séria.

"Temos informações de que os russos armadilharam a central hidroelétrica de Kakhovka. Os militares russos acreditam que a rutura da barragem poderia cobrir a retirada da margem direita do rio Dnipro e impedir ou atrasar os avanços ucranianos pelo rio. A barragem contém cerca de 18 milhões de metros cúbicos de água. Se destruída, mais de 80 aldeias, incluindo a capital regional Kherson, serão inundadas. Eliminar a barragem significaria um desastre em grande escala. Com este ato de terrorismo, eles podem destruir, entre outras coisas, até mesmo a possibilidade de fornecer água do Dnipro à Crimeia", disse o presidente Volodymyr Zelensky, pedindo uma reação geral a esta possibilidade.

“Devemos agora todos juntos – todos os europeus, todos os líderes mundiais, todas as organizações internacionais – deixar claro para o estado terrorista que tal ataque significaria exatamente o mesmo que o uso de armas de destruição em massa. As consequências para a Rússia devem ser apropriadas. O mundo deve reagir, preventivamente. Isso agora é fundamental. O princípio da resposta preventiva às ameaças à segurança deve finalmente tornar-se um dos princípios básicos da política internacional”, salientou.