Na sequência do cancelamento de 2.100 dos seus 103 mil voos programados para setembro e outubro, a companhia, em comunicado, informou que os restantes 3% (menos de 10 mil clientes) ainda não entraram em contacto com a Ryanair.
“Durante os últimos sete dias, a pontualidade da Ryanair melhorou para 96%”, acrescentou ainda a companhia, referindo que neste período foram cancelados apneas três dos 16.000 voos previstos.
Citado no comunicado, Kenny Jacobs, responsável do marketing da companhia, reafirmou o pedido de desculpas a “cada um dos 315 mil clientes, cujos voos foram cancelados durante este período de seis semanas em setembro e outubro”.
O dirigente solicitou aos clientes afetados que ainda não tenham contactado a empresa que o façam.
“Não procedemos a cancelamentos adicionais de voos devido ao ‘roster’ (planificação dos horários de pilotos e tripulação) e o índice de pontualidade até ao momento melhorou para os 96%, sendo que continuamos a trabalhar arduamente para solucionar esta falha de planeamento de horários”, acrescentou Jacobs, garantindo ter sido reforçada a equipa de atendimento ao cliente.
Há dois dias, o presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary, informou hoje que o cancelamento de mais de 2.000 voos nas próximas seis semanas custou à transportadora cerca de 25 milhões de euros.
O’Leary, que falava no início da assembleia-geral da empresa em Dublin, advertiu que poderá obrigar os pilotos da Ryanair a suspender as férias para aliviar a pressão sobre o trabalho e reconheceu que os cancelamentos são fruto de um “fracasso significativo da direção” da transportadora quando marcou as férias dos pilotos.
Um amplo grupo de pilotos recusou um plano apresentado pela companhia aérea sediada em Dublin, no qual esta oferecia até 12.000 euros em troca do cancelamento da quarta semana de férias anuais e regresso ao trabalho.
A recusa dos pilotos foi acompanhada por uma série de pedidos para melhorar as suas relações contratuais com a transportadora. Muitos pilotos da Ryanair estão empregados como trabalhadores autónomos e os salários destes são mais baixos do que os das transportadoras concorrentes.
Ao ser questionado sobre a posição de alguns pilotos e a possibilidade que estes convoquem uma greve, o CEO afirmou: “Não sei como vão organizar uma greve. Não há sindicato (na Ryanair)”.
O’Leary revelou que a direção da Ryanair poderia oferecer “determinadas concessões” aos pilotos para abordar alguns dos pedidos apresentados, mas advertiu que “se se portarem mal, no fim não haverá presentes”.
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