Em comunicado, a companhia aérea fez o balanço das primeiras horas da manhã da paralisação, convocada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) a partir de hoje e que termina no domingo.

“A primeira onda de voos” que partiram de Portugal foi “dentro do cronograma” esta manhã, sendo que a Ryanair acredita “que não haverá quaisquer transtornos significativos” nos voos de/para Portugal hoje, lê-se na mesma nota.

“Gostaríamos de agradecer a toda a nossa tripulação de voo de Portugal que optou por trabalhar e garantir assim a viagem dos nossos clientes e das suas famílias”, destacou ainda a companhia aérea.

A transportadora aérea fez também um apelo ao SNPVAC “para que cancele estas greves desnecessárias e regresse às negociações, uma vez que estas greves não são apoiadas pela vasta maioria dos tripulantes de voo da Ryanair de Portugal”.

Numa pesquisa efetuada pela Lusa durante esta tarde no ‘site’ dos quatro aeroportos em que a Ryanair opera (Lisboa, Porto, Faro e Ponta Delgada) não havia registo de cancelamentos ou grandes atrasos.

Sindicato acusa Ryanair de substituir grevistas por trabalhadores de bases estrangeiras

A presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNVPAC), Luciana Passo, afirmou hoje à entrada para uma reunião com o Governo que a Ryanair está a substituir os grevistas por trabalhadores de bases estrangeiras.

"A Ryanair levou ontem [terça-feira] aviões de bases portuguesas para fora, levou-os vazios, trouxe-os com tripulantes de outras bases estrangeiras, e hoje fez os voos como sendo da base Porto, Faro, Ponta Delgada, o que seja, para outro destino da Europa, operando normalmente, mas substituindo os tripulantes que fizeram greve mas não se apresentaram ao serviço", denunciou a sindicalista à entrada do Ministério das Infraestruturas e Habitação, em Lisboa, onde terá uma reunião com ministro Pedro Nuno Santos.

Luciana Passo referiu que se trata de uma operação "ilegal", já denunciada à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e à Direção-Geral do Emprego e Relações do Trabalho (DGERT).

A presidente do SNPVAC referiu que o sindicato iria "cumprir sempre os serviços mínimos", apesar de os considerar "excessivos".

"Substituir trabalhadores grevistas é outra coisa. É ilegal, e é aquilo que a Ryanair faz reiteradamente e que espera que nada lhe aconteça. Isso não se pode fazer", afirmou.

Luciana Passo reiterou que "os trabalhadores têm direito à greve", mas "todos os que a quiseram fazer nem sequer puderam".

"Imagine até que não queriam fazer greve e se queriam apresentar ao trabalho? Não podiam, já lá estavam tripulantes de outras bases. Isto tem que ser averiguado pelo Governo", mencionou.

Sobre a Reunião com o ministro Pedro Nuno Santos, a responsável disse que o sindicato irá dar nota "de todas as ilegalidades que a Ryanair tem cometido, vem cometendo e está a cometer ao dia de hoje, ao substituir os tripulantes em greve".

Na base deste pré-aviso de greve está, segundo referiu o SNPVAC no comunicado de 1 de agosto, o facto de a Ryanair continuar a “incumprir com as regras impostas pela legislação portuguesa, nomeadamente no que respeita ao pagamento dos subsídios de férias e de Natal, ao número de dias de férias e à integração no quadro de pessoal dos tripulantes de cabine contratados através das agências Crewlink e Workforce”.

(Notícia atualizada às 16:45 com a reação do sindicato às declarações da Ryanair)