“A força que claramente exprime a vontade de romper com a União Europeia e, sobretudo, de romper com o modelo económico e social que subjaz à União Europeia, que era o partido do senhor Wilders, foi clamorosamente derrotada”, afirmou hoje à Lusa Augusto Santos Silva.
O Partido da Liberdade (PVV, extrema-direita), liderado por Geert Wilders, deverá ter conquistado 20 dos 150 assentos no parlamento holandês.
“É mesmo uma escassa minoria no parlamento, como foi uma escassa minoria dos cidadãos holandeses que votaram nessa força”, afirmou.
Antes, Santos Silva desejou uma “boa continuidade” ao partido vencedor das legislativas desta quarta-feira na Holanda – Partido Popular para a Liberdade e a Democracia (VVD, de direita) -, cujo líder é o atual primeiro-ministro, Mark Rutte, que se prepara para formar o seu terceiro Governo.
“Ao longo dos mandatos de Mark Rutte, temos tido muito boas relações”, comentou o chefe da diplomacia portuguesa.
O ministro comentou que vários atos eleitorais na Europa – como as presidenciais na Áustria no final do ano passado ou as próximas eleições em França e na Alemanha – constituem, “num certo sentido, debates europeus”.
“Este resultado inscreve-se numa sequência de resultados que vem mostrando que, quando a escolha é decisiva, quando se trata de nos pronunciarmos se queremos ou não continuar com processos de integração europeia, no respeito pelas diferentes religiões e pelas diferentes culturas, na promoção da ajuda pública ao desenvolvimento, no modelo social que caracteriza a Europa, os eleitores europeus têm dito que preferem continuar com a Europa, com a democracia, com a tolerância e com o modelo social”, sublinhou Santos Silva.
Esta opção já foi evidenciada no final do ano passado pelos eleitores austríacos nas presidenciais e agora também nas legislativas na Holanda, considerou.
“Creio que vai acontecer mais vezes neste ano eleitoral”, disse.
Santos Silva acrescentou que o programa de Wilders é “preocupante” e significa “um ataque direto aos valores e aos princípios constitutivos da Europa”, propondo “a saída imediata da União Europeia, proibição do Corão, encerramento das mesquitas, fim imediato de toda a ajuda pública ao desenvolvimento”.
Os liberais do VVD, do primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, conseguiram 33 assentos nas eleições gerais de quarta-feira na Holanda, enquanto o candidato da extrema-direita ficou na segunda posição, com 20 deputados.
Segundo noticia a agência EFE, quando estão contados 95% dos votos, o Partido da Liberdade (PVV) de Geert Wilders, fica na segunda posição, com 20 deputados (13% dos votos), quando nas últimas eleições tinha conquistado 15 assentos parlamentares.
Será, assim, o maior partido da oposição se, como se prevê, não entrar no executivo de Mark Rutte.
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