O vice-reitor do Santuário de Fátima, Vítor Coutinho, revelou que os gastos diretamente relacionados com a celebração do centenário em projetos e iniciativas foram de 1,5 milhões de euros. Já as despesas com a visita papal cifraram-se em 560 mil euros.

"Os valores que vão ser apresentados referem-se a um ciclo de sete anos, que teve início em novembro de 2010 e que terminou em outubro de 2017. Corresponde a todo o itinerário celebrativo, que incluiu mais de 150 iniciativas, algumas com maior visibilidade do que outras, com projetos que tiveram custos pontuais e outros que exigiram um financiamento dilatado no tempo", explicou Vítor Coutinho.

Segundo o vice-reitor, as opções tomadas tiveram em conta alguns critérios, nomeadamente "enriquecer o conjunto de propostas habituais do Santuário, abranger a diversidade de perfis e de interesses dos peregrinos e visitantes, e criar património que permanece como herança para as gerações futuras".

Vítor Coutinho acrescentou que o programa foi planeado tendo em conta "o objetivo maior de servir os peregrinos e visitantes do Santuário e de ir ao encontro dos inúmeros devotos e interessados em Fátima em todo o mundo".

Houve a preocupação de "criar condições de acolhimento, de diversificar as propostas de atividades e os apoios a todos os que passam por Fátima".

Durante estes sete anos, o Santuário manteve os seus apoios sociais em Portugal e no estrangeiro, no valor de 5,3 milhões de euros, e à Igreja em Portugal, a quem foi atribuído 4,9 milhões de euros.

Nestes custos "não se incluem algumas obras realizadas", como o novo Altar do Santuário e a restauração da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, precisou o reitor do Santuário, Carlos Cabecinhas, recusando divulgar os números, enquanto "uma série de questões de caráter tributário não estiverem devidamente esclarecidas".

Carlos Cabecinhas salientou, no entanto, que o Santuário presta contas, "sempre de forma transparente, a quem tem de o fazer, ao Conselho Nacional para o Santuário de Fátima".

Sobre os apoios sociais, o reitor sublinhou que os números têm aumentado, "sobretudo no contexto da crise".

"Já anteriormente, o Santuário tinha um elevado número de apoio com caráter social. Se tem havido agora um acréscimo neste donativo, tem a ver com a perceção de momentos difíceis que fomos passando e da necessidade do Santuário adequar a sua resposta à situação concreta em que vivemos", frisou.

Setenta milhões de pessoas em sete anos

Setenta milhões de pessoas visitaram o Santuário de Fátima nos sete anos que marcaram a preparação do Centenário das Aparições, que terminou em outubro, dos quais 50 milhões participaram em celebrações, anunciou hoje o vice-reitor.

O vice-reitor do Santuário de Fátima, Vítor Coutinho, revelou que participaram em celebrações "cerca de 50 milhões de peregrinos", sendo que a estimativa dos sete anos é a de que "terão passado pelo Santuário de Fátima mais de 70 milhões de pessoas".

"O Santuário contabiliza apenas as pessoas em peregrinação, sendo que muitos milhares de pessoas vêm ao Santuário, fazem as suas devoções e não participam em nenhuma celebração. Fizemos um cálculo, que precisa ser ajustado, mas poderão ser 40% de pessoas que passam aqui e não vão a nenhuma celebração. Por isso, podemos falar com alguma segurança de 70 milhões de pessoas", adiantou Vítor Coutinho.

O reitor do Santuário, Carlos Cabecinhas, acrescentou que existe "a perceção de que, neste ciclo de sete anos, este ano de 2017 foi, sem dúvida, o ano com mais peregrinos".

Segundo o reitor, este centenário "consolidou a internacionalização de Fátima e vem sublinhar a dimensão mundial de Fátima, quer como Santuário quer como mensagem".

"A variedade de proveniência dos peregrinos que em cada ano ocorre a Fátima comprova que este é de facto um Santuário cada vez mais global. Em nenhum outro momento da história centenária de Fátima se percebeu com tanta evidência o sentido de designação deste Santuário mariano como altar do mundo. Foi observável o aumento muito significativo do número de peregrinos, nomeadamente estrangeiros", salientou Carlos Cabecinhas.

O reitor disse que o ciclo do centenário trouxe ainda o "aprofundamento renovado da mensagem de Fátima" e que "é um importante legado para o aprofundamento futuro".

Carlos Cabecinhas destacou ainda as "grandes peregrinações como os momentos mais importantes", com "especialíssimo destaque para a grande peregrinação de 12 e 13 de maio, presidida pelo papa Francisco, na qual foram canonizados os santos Francisco e Jacinta Marto".

O reitor entendeu ainda que o centenário foi "um momento de compromisso" e que "ficou evidente o impacto de Fátima na vivência cristã de tantas pessoas", tendo "superado as expectativas mais otimistas".

Carlos Cabecinhas revelou ainda que o "grande desafio" do Santuário é "manter a oferta cultural", "diversificada e de qualidade", a que ficaram habituados os peregrinos.

"Pretendemos mantê-la, não com este ritmo e com intensidade deste septenário, mas manter muitos dos pontos e dos aspetos desta oferta. Estamos precisamente na fase de programação de um novo ciclo pastoral a prever a manutenção de uma parte significativa dessa oferta", acrescentou.