“Concretizámos uma colaboração especial de elaboração de um plano de emergência e prevenção de determinadas situações que possam pôr em risco pessoas e bens que se encontram neste espaço guardados”, anunciou Ana Cunha após se ter reunido com o reitor do Santuário.
O plano, que será elaborado pela Direção Regional das Obras Públicas e Comunicações, prevê “eliminar perigos que possam advir” para “bens de elevado valor histórico, cultural e patrimonial”, explicou a governante, adiantando que o documento deverá estar pronto até ao final do ano.
A elaboração do documento é “um desafio” para as competências da tutela, mas contam com a “colaboração de elementos do Santuário, do Serviço Regional de Proteção Civil e da própria Direção Regional da Cultura”, afirmou.
O reitor do Santuário, o cónego Adriano Borges, prevê que ter tantas entidades envolvidas no processo possa ser um problema: “é muita gente a intervir e muitas opiniões”, afirmou.
Ainda assim, considera que “este plano de emergência e de evacuação é importantíssimo” para “salvaguardar pessoas e bens móveis de grande valor”, num edifício que foi considerado de interesse público em 1953.
Entre o valioso património existente no Santuário e no Convento de Nossa Senhora da Esperança, está o tesouro do Senhor Santo Cristo dos Milagres, constituído pela imagem, o relicário, o resplendor, o ceptro, a corda e a coroa de espinhos.
Em caso de incêndio, a imagem e o relicário, que estão expostos ao público, ficam particularmente vulneráveis.
Quanto às restantes peças do tesouro, o reitor garantiu que estão bem salvaguardadas: “Seria preciso que fosse um incêndio que levasse dez dias para chegar lá”, afirmou.
Para o responsável, este plano é importante, não só para criar diretrizes de intervenção para a Proteção Civil e bombeiros, mas para permitir aos trabalhadores do Convento que se salvaguardem e que “cada um tenha funções específicas” na intervenção em caso de catástrofe.
O cónego Adriano Borges ressalvou, no entanto, que “este plano só se concretizará, efetivamente, quando as obras estiverem em curso, ou já concluídas”, adiantando que não tem data prevista para as várias intervenções de que o espaço precisa.
A secretaria regional celebrou também um protocolo de colaboração com o Santuário, que se materializa num apoio financeiro de 100 mil euros, destinados, “à reparação do telhado, que estava infestado de térmitas, e foi uma intervenção necessária e até prioritária em relação a tudo o resto”, explicou Ana Cunha.
Este apoio cobre cerca de 50% dos custos, já que o valor total da intervenção é de 232 mil euros, avançou o reitor do Santuário.
A governante manifestou a disponibilidade da Direção Regional das Obras Públicas e Comunicações para colaborar através da “afetação de competências” que a tutela tem para auxiliar em “diversas situações que são necessárias no âmbito de uma empreitada”.
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