A greve até segunda-feira, que foi convocada pelo Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA) e pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), surge, segundo a transportadora, após “reuniões de negociação no sentido de aproximar as partes”.
Para o grupo SATA, as reivindicações apresentadas “continuam a ser consideradas incomportáveis pelo Conselho de Administração”, tendo em conta o “difícil contexto que atravessam as empresas que constituem o grupo empresarial”.
Fonte do SINTAC disse à agência refere que existem atualmente 37 técnicos de manutenção de aeronaves da SATA Air Açores, que pretendem ver “valorizada a sua carreira”.
Pela primeira na história da companhia, lamentou, um Conselho de Administração “não honrou” um acordo assinado entre ambas as partes em 2018.
Os trabalhadores já se encontravam em greve à realização do trabalho noturno a efetuar das 24:00 às 08:00, bem como à prestação de trabalho extraordinário, desde 28 de outubro.
Segundo a transportadora aérea regional, e uma vez que já foram decretados os serviços mínimos obrigatórios, a SATA Air Açores vai assegurar 16 ligações durante o dia de hoje, 18 no domingo e 22 na segunda-feira, o que “significa que será possível assegurar, pelo menos, um toque em cada ilha, por dia, tendo em conta a operação aérea planeada para os dias em apreço”.
O grupo SATA fechou 2018 com um prejuízo de 53,3 milhões de euros, um agravamento de 12,3 milhões face ao ano de 2017.
De acordo com o relatório de contas do primeiro semestre de 2019, o grupo está a atravessar graves dificuldades económicas, registando prejuízos de 26,9 milhões de euros na SATA Internacional e de 6,6 milhões na SATA Air Açores, em apenas seis meses.
O antigo gestor da TAP Luís Rodrigues substitui recentemente na presidência da administração António Luís Teixeira, que apresentou um plano de reestruturação financeira da companhia aérea que não terá sido aceite pelo Governo Regional.
A situação terá estado na origem da sua demissão.
O novo presidente do Conselho de Administração da SATA indigitado admitiu, ouvido numa audição parlamentar na cidade da Horta, nos Açores, que as medidas de reestruturação da empresa vão "doer", mas não esclareceu a quem.
"A empresa tem uma série de problemas estruturais graves. O seu modelo de negócios não é sustentável", reconheceu o novo administrador, ouvido pelos deputados da Comissão de Economia da Assembleia Regional, adiantando que, perante este cenário, são necessárias "medidas estruturais marcantes que, além de doer, vão demorar tempo".
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