“Não. Perentoriamente, não”, garantiu o responsável da empresa, depois de questionado pela RTP sobre se estaria em cima da mesa o fim das ligações diretas feitas pela Azores Airlines entre aquelas três ilhas e Lisboa.

Luís Rodrigues foi entrevistado esta noite no Telejornal da RTP/Açores e abordou uma das matérias do plano de reestruturação da SATA, que indica que a companhia não pode continuar a operar rotas deficitárias financeiramente, como são as ligações diretas à capital feitas pelos ‘hubs’ de Faial, Santa Maria e Pico.

O regulador da aviação “deve estar a abrir a qualquer momento” o concurso para essas rotas, adiantou o gestor, que confirmou que a SATA concorrerá às rotas.

“Essas rotas são deficitárias. Qualquer conversa que dispute isso não é séria”, reconheceu, atribuindo os prejuízos a razões como o tráfego “ser muito reduzido” nas rotas, apesar do crescimento recente, ou o regular mau tempo que obriga a alterações de voos.

O tema, diz, “não é resolúvel pela companhia”, cabendo aos “decisores políticos” – Governo Regional e Governo da República – e ao regulador “sentarem-se e discutirem e dizerem como o problema deve ser resolvido”.

“A companhia é parte ativa e está lá para ajudar, mas também está lá para voarem o que lhe disserem para voar. O problema da compensação [financeira] tem de ser resolvido a nível político”, sustentou.

O plano de reestruturação da transportadora açoriana SATA, apresentado na semana passada, prevê o regresso aos lucros em 2023, com o presidente da administração da empresa a mostrar confiança que, a partir desse ano, a operação seja “sustentável”.

“Se conseguirmos concretizar tudo como temos planeado, por um lado, e se não houver um agravamento das condições pandémicas ou outras coisas quaisquer que possam vir a surgir, as iniciativas confluem para que 2023 seja, de facto, um ano de inversão e a operação se torne sustentável a partir daí”, declarou Luís Rodrigues na apresentação do documento..

No plano, é estimada para este ano uma perda de 28 milhões de euros, em 2022 o resultado deverá andar perto do zero e, em 2023, já são admitidos lucros na casa dos 23 milhões de euros.

O plano de reestruturação da transportadora prevê, até 2025, poupanças totais de 68 milhões de euros.

Luís Rodrigues adiantou os “quatro pilares” que levarão às referidas poupanças: a reestruturação da frota, a eficiência operacional, a negociação com fornecedores e a agilização do trabalho.

Na agilização do trabalho, Luís Rodrigues incorporou campos como a redução salarial, que será, no seguimento de negociações com sindicatos, de 10%, ou a “rescisão negociada de trabalhadores”.

O corte de 10% será aplicado aos vencimentos acima dos 1.200 euros brutos mensais e somente à diferença ente esses 1.200 euros e o valor total recebido pelos trabalhadores, foi ainda revelado.

Já no que se refere à saída dos trabalhadores, o gestor declarou que saíram já, em regime de reformas antecipadas ou pré-reformas, um total de 48 quadros, sendo esperadas mais 100 saídas até 2023.

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