O lago, que ocupava uma depressão do planalto da Bolívia, chegou a cobrir uma extensão de três mil quilómetros quadrados. A progressiva evaporação foi registada em três imagens distintas: a 27 de abril de 2014, a 20 de julho de 2015 e por fim, a evaporação total, no passado dia 22 de janeiro.
Segundo um comunicado da ESA, "embora não seja a primeira vez que o lago Poopó evapora, existe o temor de que demore muitos anos para encher novamente, caso chegue a acontecer".
A massa de água tinha apenas três metros de profundidade e o entorno árido montanhoso do lago fez com que este fosse "muito sensível às oscilações do clima", segundo o mesmo comunicado.
No entanto, a progressiva evaporação das águas está relacionada com outras causas, onde se destacam a extração de fontes de água do lago para mineração e agricultura, as alterações climáticas e o aquecimento do oceano Pacífico, depois da passagem do furacão El Niño, de acordo com o El País.
Imagem captada por satélite em 1991. Fonte: Wikipédia
Depois de o governo boliviano de Oruro (oeste) ter aprovado uma declaração de desastre natural, haverá um aceleramento para o uso de recursos económicos para atenuar esta catástrofe. Segundo o El País, estima-se que seja necessário um investimento de cerca de 100 milhões de euros para salvar o lago.
"Enquanto isso, os pescadores locais ficaram sem sustento e o ecossistema do lago mostra-se altamente vulnerável", afirmou a ESA. O lago também era uma paragem de descanso de aves que emigravam do norte para o sul.
O Poopó é reconhecido como zona húmida protegida pela Convenção de Ramsar, que entrou em vigor em 1975 e que visa a proteção das zonas húmidas e dos seus recursos.
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