A avaliação e atribuição dos prémios de desempenho é feita pela consultora multinacional IASIST, que atribui cinco prémios a hospitais gerais, um prémio para cada tipologia de hospital, segundo os critérios de classificação das unidades de saúde definidos pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

Este é o quinto ano em que são atribuídos os prémios “Top 5” em Portugal, mas pela primeira vez, além dos cinco prémios gerais, foram atribuídos mais cinco prémios a duas áreas clínicas específicas: a área respiratória e a área do coração.

Segundo explicou à agência Lusa Manuel Delgado, diretor da IASIST, a avaliação só incide sobre hospitais gerais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), não sendo por isso avaliados os hospitais privados nem os institutos de oncologia ou os centros de reabilitação, porque não há “métricas comparativas suficientemente robustas para fazer uma comparação válida”.

Os hospitais são avaliados por grupos, que vão do B ao E, crescendo em dimensão e complexidade das unidades. São ainda avaliadas, num grupo específico, as unidades locais de saúde (ULS).

Assim, no grupo E, dos maiores e mais complexos, o prémio foi atribuído ao Centro Hospitalar Universitário do Porto, que integra o hospital de Santo António e que pelo quinto ano consecutivo vence nesta categoria.

No grupo D venceu o Hospital de Braga, gerido em parceria público-privada, e no grupo C o Hospital de Cascais, que é também uma parceria público-privada. No grupo B, o prémio foi para o Hospital Distrital da Figueira da Foz e nas ULS o prémio foi hoje atribuído à Unidade do Alto Minho.

A cerimónia de atribuição dos prémios “Top 5 – 2018: A Excelência dos Hospitais” decorreu hoje em Lisboa.

De acordo com Manuel Delgado, diretor da IASIST em Portugal e que foi secretário de Estado da Saúde, a avaliação da excelência dos hospitais é feita através de três indicadores de qualidade, de indicadores de utilização de recursos e ainda de uma avaliação sobre a produtividade dos profissionais de saúde e de custo por doente.

Na componente da qualidade é avaliada a mortalidade dos doentes internados em função da probabilidade de um óbito; são avaliadas também as complicações durante o internamento, componente onde entram, por exemplo, as infeções hospitalares. É ainda tida em conta a taxa de reinternamentos a 30 dias após a alta.

Na componente da eficiência da utilização, a avaliação tem em conta a duração média de internamento dos doentes e a capacidade de substituir a cirurgia convencional por ambulatória.

A tudo isto se junta ainda a avaliação sobre a produtividade médica e de enfermagem.

Manuel Delgado explica que a IASIST criou uma métrica que permite tornar homogéneos todos os dias, tendo em conta a sua complexidade, sendo depois divididos pelo número de médicos de cada hospital. O que é mais produtivo será aquele que trata mais doentes com um número inferior de médicos.

Na avaliação da IASIST é ainda tido em conta o indicador de custos por doente padrão, dividindo os custos de exploração do hospital pelo seu número de doentes.

Os prémios IASIST contam com o apoio da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, que considera a iniciativa como um processo de “valoração objetiva” do trabalho dos hospitais.

Os premiados na área respiratória e cardíaca

Na área clínica respiratória, os vencedores foram o Hospital de Cascais e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Na área clínica do coração, o Hospital de Cascais voltou a ser premiado, a par do Hospital de Braga e do Hospital Vila Nova de Gaia e Espinho.

Estes cinco prémios específicos para duas áreas clínicas foram este ano atribuídos pela primeira vez, juntando-se assim aos cinco prémios de hospitais com melhor desempenho, que foram atribuídos a cinco instituições do Serviço Nacional de Saúde, num total de dez prémios.

O Centro Hospitalar Universitário do Porto, o Hospital de Braga, o de Cascais, o da Figueira da Foz e a Unidade Local de Saúde de Alto Minho receberam os prémios de hospitais com melhor desempenho em 2017.

O Hospital de Cascais, gerido em parceria público-privada, recebeu assim três dos cinco prémios atribuídos este ano pela consultora multinacional IASIST.

Segundo Manuel Delgado, responsável da IASIST em Portugal, nos prémios específicos para a área respiratória e cardíaca a avaliação incidiu em todos os hospitais, tendo sido atribuídos dois prémios na área respiratória e três na área do coração devido aos diferentes tipos de patologia tratadas nas unidades de saúde.

“Há unidades que tratam algumas patologias específicas, mas não todas. Comparámos hospitais que tratam patologias similares”, explicou Manuel Delgado à agência Lusa.

Assim, os prémios para as duas áreas clínicas foram atribuídos de acordo com o tipo de doenças que são tratadas.

Na área respiratória, o primeiro grupo inclui os hospitais com um volume mínimo de doentes com pneumonia ou doença pulmonar obstrutiva crónica e no segundo grupo os hospitais terão de ter também incluídas as neoplasias da traqueia, brônquios e pulmão.

Na área cardíaca, os hospitais foram divididos em três grupos: o primeiro contempla o tratamento de insuficiência cardíaca, enfarte agudo do miocárdio e arritmia; no segundo grupo estão aquelas patologias e ainda angioplastias e no terceiro grupo terão também de tratar doença valvular cardíaca e fazerem bypass.