De acordo com o Observador, a TV Asashi, uma estação de televisão japonesa, emitiu esta semana uma reportagem sobre as campanhas de vacinação um pouco por todo o mundo, com destaque dado para Portugal e o sucesso da sua estratégia.
No âmbito da reportagem, um jornalista japonês viajou para Portugal, onde entrevistou o vice-almirante Gouveia e Melo e explicou as causas de sucesso da estratégia de vacinação.
“Calculei tudo como sendo fábricas. Quantas doses de vacinas é que os enfermeiros eram capazes de dar por hora. Calculámos que conseguiam dar 15 doses”, disse ao repórter nipónico, adiantando que primeiro foram vacinados 800 militares para “testar este sistema”. “Fizemos um modelo a partir desta organização para espalhar por 300 centros no país”, completou.
A reportagem incidiu também no facto de ter sido um militar a encabeçar o processo, algo que Gouveia e Melo, apesar de ter vindo a advertir publicamente contra um certo enamoramento pelas forças armadas, concede que pode ter ajudado à vacinação.
“Ajuda à imagem do processo meter um militar à frente”, disse o vice-almirante, justificando que, perante o olhar público, é “alguém de confiança, que é direto e que não tem nada a ver com política”.
Os paralelismos com a estratégia militar estenderam-se também à própria forma de encarar a Covid-19 e a vacinação. Questionado se estar à frente da task force era o mesmo que comandar um submarino, Gouveia e Melo disse que para ambos é preciso “reagir e planear para que não haja problemas”.
“É necessária uma atitude de planeamento e de não improviso, porque se alguém improvisa num submarino, não voltamos à tona”, comentou, dizendo que com a Covid-19 não é possível esperar para ver o que acontece.
Já quanto à contestação de que foi alvo ao longo da campanha por grupos de negacionistas — sendo que a reportagem emite imagens do momento em que Gouveia e Melo foi contestado à entrada de um centro de vacinação em Odivelas, em agosto —, o vice-almirante disse que “assassino é o vírus” e que esse estava a ser ajudado por esses grupos.
Falando em “guerra” contra a Covid-19, Gouveia e Melo uma vez mais justificou a sua escolha de andar vestido de camuflado, porque estava “vestido para a guerra, que era dos portugueses contra o vírus”.
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