Numa nota enviada ao grupo parlamentar do CDS-PP, a que a Lusa teve hoje acesso, Sebastião Bugalho, que era o número seis na lista do CDS às eleições legislativas de 2019 pelo círculo de Lisboa, disse ter manifestado ao líder da bancada, Telmo Correia, a sua indisponibilidade para assumir o lugar de deputado.

Na nota, o ex-jornalista explicou que “as circunstâncias políticas (do CDS)” e as suas circunstâncias profissionais “não só não são as mesmas que existiam” quando foi convidado a integrar as listas do partido, como atualmente “não se aparentam conciliáveis entre si”.

Na terça-feira, Telmo Correia anunciou que Ana Rita Bessa, que renunciou ao mandato, seria substituída na Assembleia da República por Sebastião Bugalho.

Na nota hoje conhecida, o comentador declarou-se honrado pelo convite e manifestou “profundo respeito pelo parlamento”, pelo CDS-PP e pelo seu grupo parlamentar.

Elogiou ainda a correção “irrepreensível” de Telmo Correia no respeito pela sua independência, uma vez que não é militante do CDS-PP, como pelos desafios profissionais que assumiu.

“Reiterando o respeito que tenho pelos eleitores e pelo partido que me convidou a integrar as suas listas, noutra circunstância, com outra direção, não tomarei posse na próxima semana”, concluiu.

Sebastião Bugalho sublinhou ainda ter sido uma “decisão difícil” para alguém que “não concebe função mais digna do que a de representante do povo”.

O ex-jornalista e comentador televisivo foi um dos oradores convidados nas últimas jornadas parlamentares do CDS-PP.

O próximo na lista na lista do CDS por Lisboa às legislativas de 2019 é Diogo Moura, que nas eleições autárquicas de domingo foi eleito vereador para a Câmara de Lisboa pela coligação vencedora, liderada por Carlos Moedas.

A Lusa tentou contactar Diogo Moura, sem sucesso.

A deputada Ana Rita Bessa, do CDS-PP, renunciou ao mandato e faz hoje a sua última intervenção no plenário da Assembleia da República.

O nome seguinte na lista era o de Isabel Galriça Neto, mas em declarações à rádio Observador, a médica e ex-deputada, que foi cabeça de lista para a Assembleia Municipal de Lisboa pela coligação Novos Tempos, que ganhou as eleições na capital, disse que não vai assumir o lugar no parlamento.

Esta é a terceira saída na bancada democrata-cristã desde o início da legislatura, em 2019, depois de a antiga líder do CDS-PP, Assunção Cristas, ter sido substituída por João Gonçalves Pereira, que, por sua vez, quando saiu cedeu o lugar a Pedro Morais Soares.