Numa resposta escrita à agência Lusa, a empresa explicou que “após diagnóstico operacional, que se focou nas captações instaladas nos pontos mais dependentes das disponibilidades hídricas fortemente dependentes das recargas resultantes da pluviosidade”, realizou “um conjunto de ações, de caráter preventivo e/ou corretivo, em que se destacam o reforço da limpeza dos drenos das captações e a execução de furos adicionais para reforço da disponibilidade de água nos subsistemas em que a seca terá um maior impacto”.
Segundo a AdCL, “recentemente, foram executadas/reformuladas/ampliadas as captações de Alagoa, Pomares, Mosteiro de Folques e Vila Cova de Alva, devidamente aprovados pela APA [Agência Portuguesa do Ambiente], destinadas a reforçar os subsistemas de água de Arganil, responsáveis pelo abastecimento de água ao município”.
“Estamos também a aguardar o parecer da APA relativamente a três furos no subsistema da Mata do Urso, da Ribeira de Alge e da Boavista”, adiantou.
Assinalando que “a gestão da disponibilidade hídrica é da competência da APA”, a AdCL observou que “monitoriza diariamente os níveis de água nas suas captações, podendo adiantar que, comparativamente a janeiro de 2021, os níveis mantiveram-se”.
A Águas do Centro Litoral tem a concessão, por um período de 30 anos, até 2045, da exploração e da gestão do Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água e de Saneamento do Centro Litoral de Portugal.
Esta é uma sociedade constituída em 2015 e participada pela Águas de Portugal, SGPS, SA e por 29 municípios distribuídos pelos distritos de Aveiro, Coimbra, Leiria, Porto e Santarém.
A AdCL refere que é “uma empresa em ‘alta’, cuja missão é captar, tratar e distribuir água em qualidade e em quantidade aos seus clientes em ‘baixa’, as câmaras municipais”, garantindo “um esforço contínuo na articulação com as entidades gestoras em ‘baixa'”, para “otimizar a distribuição de água, monitorizando, assim, conjuntamente, o serviço de abastecimento”.
“Esta monitorização é acompanhada por uma constante avaliação de perdas (tendo em 2021 registado um valor de 2,54% de água não faturada) por parte das equipas da AdCL, através dos operacionais que estão presentes no terreno, mas também do sistema de telegestão, plataforma que foi alvo de um recente investimento e que permite uma vigilância permanente dos níveis das captações e do funcionamento operacional dos subsistemas de abastecimento de água explorados pela AdCL”, especificou.
A AdCL garantiu ainda que pauta a sua atuação com um “cronograma de avaliações e atualizações regulares, que envolve uma equipa de especialistas multidisciplinar, por forma a que as intervenções estejam em consonância com as variações que o fenómeno de seca meteorológica vai registando no território nacional”.
Garantindo que “sensibiliza, de forma regular, para o uso racional da água e trabalha em estreita articulação com os seus parceiros para promover o uso parcimonioso deste recurso”, a empresa acrescenta que, “hoje e sempre”, as suas preocupações “são assegurar a qualidade, a continuidade e a eficiência dos serviços públicos de águas, no sentido da proteção da saúde pública, do bem-estar das populações, da acessibilidade aos serviços públicos, da proteção do ambiente”.
Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em janeiro “verificou-se um agravamento muito significativo da situação de seca meteorológica, com um aumento da área e da intensidade, estando no final do mês todo o território em seca, com 1% em seca fraca, 54% em seca moderada, 34% em seca severa e 11% em seca extrema”.
Ainda de acordo com o IPMA, em relação à precipitação, janeiro de 2022 foi o 6.º mais seco desde 1931 e o 2.º mais seco desde 2000.
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