Em declarações à agência Lusa, a secretária técnica da Associação Nacional de Criadores Ovinos de Raça Churra Mirandesa, Andrea Cortinhas, disse que as condições de pastoreio começam a ser drásticas devido à escassez de alimento e à falta de água para os animais beberem.
"A sorte é que lidamos com uma raça autóctone, que se sabe adaptar as condições do clima do território e fazer frente a estas adversidades. Contudo, é preciso estarmos atentos ao controlo de doenças provocadas pela falta de alimento e de água”, frisou a técnica.
Acrescentou que os pastores “estão a vender os animais mais velhos” e a recorrer à compra de alimento para o gado noutros locais, principalmente na vizinha Espanha.
Segundo Andrea Cortinhas, já se está verificar um decréscimo do efetivo do animais inscritos no Livro Genealógico, que tem por fim assegurar a pureza da raça, concorrer para o seu progresso genético e favorecer a criação e difusão de bons reprodutores.
"Receio que continuemos com este acentuado do efetivo até a situação estar normalizada", disse.
A falta de água nos riachos e ribeiras leva os agricultores e recorrer a charcos. E, “com a recolha de água estagnada, corremos de o risco de acarretar com uma grave praga parasitária para os animais", afirmou Andrea Cortinhas.
Os ovinos de raça Churra Galega Mirandesa são confinados aos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso, no distrito de Bragança.
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