A governante, que é invisual, exerceu o seu direito de voto ao final da manhã, na sede da junta de freguesia de Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, onde se fez acompanhar pelo marido e pela deputada socialista Maria da Luz Rosinha.

Pelas 12:00, foi disponibilizada a Ana Sofia Antunes, pela mesa, um molde em braile, que foi encaixado no boletim de voto.

No final do ato eleitoral, o molde é retirado e o boletim é introduzido na urna, misturando-se com os restantes.

“O voto é absolutamente igual aos outros. Não se pode distinguir depois na urna qual é o nosso voto. É um grande passo em nome da autodeterminação das pessoas com deficiência e do seu exercício político", afirmou a governante aos jornalistas.

Ana Sofia Antunes sublinhou que esta ferramenta, que permite a um cidadão invisual votar de forma autónoma, será “muito importante” para incentivar outros com as mesmas limitações a sair de casa para votar.

“Queria dizer que as pessoas que não veem e que, por alguma razão, perderam a vontade de vir [votar], que aproveitem esta oportunidade e venham exercer o seu direito de cidadania. Podem sentir-se seguros”, apelou.

Questionada sobre as críticas do candidato social-democrata Paulo Rangel, que alertou hoje para as condições de acesso a algumas secções de voto por parte de pessoas com mobilidade reduzida, Ana Sofia Antunes ressalvou que essas questões são responsabilidade das Câmaras Municipais e não do Governo.

“Fizemos, no devido tempo, todas as ações de sensibilização, [para] que as câmaras municipais tivessem isso em atenção. Essa não é uma competência do Governo. Quem está no terreno é que sabe onde se costuma votar e quais são as alternativas que tem ao seu dispor”, apontou.

Nesse sentido, Ana Sofia Antunes apontou o voto eletrónico, outra das novidades introduzidas nestas eleições (apenas no distrito de Évora), como uma das ferramentas que poderão vir a minimizar essas dificuldades de acesso.

“O voto eletrónico está a ser experimentado no distrito de Évora e esperamos que seja uma realidade em todo o país muito em breve. Será muito importante para pessoas que não saibam braile ou que tenham algum condicionamento”, concluiu.

Cerca de 10,7 milhões de eleitores portugueses são hoje chamados a eleger os 21 deputados portugueses ao Parlamento Europeu, numas eleições a que concorrem 17 listas.

Votam para as eleições ao Parlamento Europeu cerca de 400 milhões de cidadãos dos 28 países da União Europeia, que elegem, no total, 751 deputados.