Guterres conversou pelo telefone com o ministro dos Negócios Estrangeiros daquele país, Ismael Ould Cheikh Ahmed. O chefe da diplomacia da Mauritânia manifestou inquietude “pela tensa situação” em Guerguerat, de acordo com a Agência Mauritana de Informação.
Apoiantes da Frente Polisário, um movimento político de índole revolucionária que reivindica a autonomia do Saara Ocidental, bloquearam há cerca de três semanas a passagem fronteiriça entre aquela vila e a Mauritânia.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e o chefe da diplomacia mauritana expressaram, em conjunto, preocupação com a possibilidade de esta situação desencadear um conflito de “consequências nefastas”, apesar de Guterres ter assegurado ao interlocutor que está há vários dias a estabelecer contactos no sentido de evitar o aumento de tensões.
Apesar de os apoiantes sarauís terem bloqueado o acesso fronteiriço, este grupo não está armado. Por essa razão, quer o Governo de Marrocos, quer a própria Frente Polisário mobilizaram militares e combatentes para esta área, situação que poderá colocar um fim ao cessar-fogo vigente desde 1991.
Na segunda-feira, o Governo da República Árabe Sarauí Democrática advertiu, em comunicado, que os civis sarauís em Guerguerat “estão a enfrentar o perigo de uma eminente agressão militar perpetrada por militares” de Marrocos “disfarçados de civis”, responsabilizando a ONU pelo desfecho da escalada de tensão.
Marrocos, por seu turno, tem mantido uma postura discreta em relação a este bloqueio e optou por desviar as mercadorias destinadas ao mercado mauritano pelo mar.
Guterres pediu hoje à Mauritânia para utilizar o seu “papel positivo reconhecido por todas as partes para poder desativar esta crise”, pedido ao qual o ministro dos Negócios Estrangeiros mauritano respondeu dizendo que esses esforços já tinham sido encetados.
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