O Comando Central do exército dos EUA (Centcom), responsável pelo Médio Oriente, disse no sábado à noite, na rede social X (antigo Twitter), que os tripulantes do MV Verbena não conseguiram apagar o fogo causado por um ataque ocorrido na quinta-feira.
A tripulação foi recolhida por um outro navio mercante, disse o Centcom, que sublinhou que a fragata militar iraniana “IRIN Jamaran estava a oito milhas náuticas [15 quilómetros] do MV Verbena e não respondeu ao pedido de socorro”.
O Verbena foi atingido na quinta-feira por dois mísseis de cruzeiro no golfo de Aden, ao largo do Iémen, causando um incêndio e ferimentos graves num tripulante, que foi transportado por um helicóptero para um navio militar próximo para receber tratamento médico.
Na sexta-feira, a agência de segurança marítima UKMTO, que está sob a tutela do exército do Reino Unido, disse que a tripulação do MV Tutor foi também retirada por militares do navio, danificado na quarta-feira por um ataque dos Huthis no mar Vermelho.
Pouco depois, o Centcom confirmou que “a tripulação abandonou a embarcação e foi resgatada pelo [navio de guerra norte-americano] USS Philippine Sea e forças parceiras”, com exceção de um marinheiro, que continua desaparecido após o ataque dos rebeldes.
O exército dos Estados Unidos disse ainda que o Tutor, um cargueiro com bandeira da Libéria e operado por uma empresa da Grécia, “permanece no Mar Vermelho e está lentamente” a afundar-se.
Um porta-voz dos Huthis disse na plataforma de mensagens Telegram que o Verbena estava a “afundar-se no golfo de Aden depois de ser atingido por vários mísseis”, e que o Tutor “corre o risco de se afundar nas próximas horas”.
“Estas operações são dedicadas (…) aos nossos irmãos que lutam em Gaza”, disse, acrescentando que os rebeldes “renovam o seu aviso a todas as empresas sobre as consequências de lidar com Israel e a chegada dos seus navios aos portos da Palestina”.
Desde novembro que os Huthis lançaram dezenas de ataques com drones e mísseis contra navios no mar Vermelho e no golfo de Aden, perturbando o comércio marítimo global nesta área estratégica.
Aliados do Irão, os rebeldes do Iémen dizem estar a agir em solidariedade com os palestinianos no contexto da ofensiva iniciada em outubro por Israel contra o movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza.
Confrontados com os ataques, os Estados Unidos, apoiantes de Israel, criaram uma força multinacional em dezembro para proteger a navegação no mar Vermelho e lançaram ataques contra os rebeldes no Iémen em janeiro, com a ajuda do Reino Unido.
Mas os ataques não dissuadiram os Huthis, que passaram a apontar como alvos navios ligados a Israel, bem como navios norte-americanos e britânicos.
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