A paralisação é uma forma de reivindicar a admissão de novos profissionais, de exigir ao Governo a aplicação das 35 horas de trabalho semanais a todos os trabalhadores do setor da saúde, o fim dos cortes nos pagamentos das horas de qualidade e do trabalho suplementar e a criação da carreira de técnico auxiliar de saúde.,

Luís Pesca, dirigente daquela federação de sindicatos, disse hoje aos jornalistas que a falta de funcionários nos hospitais e centros de saúde criam uma situação “caótica” e conduzem os trabalhadores a cumprir “trabalho escravo”.

“Há uma acumulação de centenas de hora de trabalho não pago, que chamamos de trabalho escravo. O trabalhador de saúde não pode ausentar-se sem sere rendido e a falta de pessoal leva a que haja trabalhadores a fazer dois ou três turnos. E o trabalho suplementar não está a ser pago”, afirmou o dirigente sindical na conferência de imprensa que decorreu junto ao Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

Sobre as 35 horas de trabalho semanais, os sindicalistas dizem que há “milhares de trabalhadores dos Hospitais EPE” (do setor empresarial do Estado) que continuam a não ter a possibilidade de cumprir as 35 horas.

A Federação lamenta a falta de diálogo com o Ministério da Saúde e a ausência de concretização de medidas: “O ministro da Saúde apenas nos faz promessas, promessas essas que não são cumpridas”.

Os sindicatos exigem ainda a criação da carreira de técnico auxiliar de saúde, a revisão e valorização das carreiras de técnicos de diagnóstico e terapêutica e a garantia de que a carreira de técnico de emergência pré-hospitalar tem de imediato a respetiva revalorização salarial.

É ainda reivindicado o pagamento do abono para falhas e a aplicação do vínculo público de nomeação a todos os trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“A ausência de resolução destes problemas, que se arrastam por anos sucessivos, tem contribuído para a degradação da qualidade dos serviços prestados pelo SNS e das condições de trabalho no setor”, refere a FNSTFPS.

O pré-aviso de greve abrange todos os trabalhadores de saúde, mas é uma greve destinada a todos os trabalhadores da saúde que não sejam médicos ou enfermeiros, apesar de estes profissionais poderem aderir caso o entendam.

A greve começa às 00:01 de sexta-feira e poderá afetar consultas agendadas e outro tipo de atendimento no SNS, mas há serviços mínimos que asseguram as situações de urgência.