A análise alerta para a necessidade da entrada de novos beneficiários para assegurar a sustentabilidade do subsistema e traça uma perspetiva da distribuição dos escalões etários em 2022, tendo como base os valores de 2017.

Os dados do ano passado mostram que o escalão etário predominante dos utentes da ADSE está entre os 60 e os 70 anos (que representa 20% do total), enquanto no caso dos seguros se situa entre os 30 e os 40 anos (mais de 20% do total).

Dentro de cinco anos, sem a entrada de novos beneficiários, o cenário traçado mostra que 30% dos beneficiários da ADSE terão mais de 70 anos. Quase 20% estarão entre os 70 e 80 anos e 13,6% mais de 80 anos.

Sem a entrada de novos beneficiários, a idade média dos utentes será de 55 anos em 2022.

O aumento da estrutura etária, sem a renovação de beneficiários, iria conduzir a um aumento dos níveis de consumo pelos utentes e a um consequente aumento da despesa da ADSE, refere o estudo feito pela Deloitte a pedido da Associação Portuguesa da Hospitalização Privada e a que a agência Lusa teve acesso.

O estudo aponta mesmo o envelhecimento e um maior consumo por parte dos utentes como os “principais riscos da ADSE”, sugerindo a necessidade de alargar o universo dos beneficiários, bem como criar regras para moderar o consumo.

As principais conclusões apontam, portanto, para um universo da ADSE envelhecido, com redução progressiva de beneficiários, um consumo mais elevado do que os utentes dos seguros, embora os beneficiários da ADSE paguem “substancialmente menos” do que quem tem seguro de saúde.

Os beneficiários da ADSE “têm mais atos e pagam menos”, aponta o estudo.

O copagamento médio dos beneficiários da ADSE situa-se nos 28,16 euros, enquanto o copagamento médio dos utentes dos seguros está acima dos 43 euros.