"Sempre disse que não me ficava bem intervir na escolha de quem me vai suceder. Ainda para mais com a admiração que tenho pelo José Luís Carneiro e pelo Pedro Nuno Santos, conheço as qualidades de todos os candidatos", respondeu o PM sobre qual candidato ia apoiar.

Sobre o caso que corre contra si na justiça, António Costa fica admirado com as informações que chegam aos jornalistas quando lhe perguntam se pediu ao PS para não se envolver no seu processo e respondeu que "aquilo que cabe ao PS, não é focar-se em casos que envolvem elementos do partido, mas sim no futuro dos portugueses", disse o secretário-geral.

"Tudo o que souber sobre o caso, será através da comunicação-social, que é assim que o Ministério Público tem comunicado comigo", atirou António Costa.

António Costa falava aos jornalistas a meio da Comissão Nacional do PS, no Parque das Nações, em Lisboa, em que tentou sobretudo acentuar eventuais consequências negativas da crise política numa conjuntura complexa no plano internacional.

"O PS tem de falar aos portugueses, mobilizar os portugueses e desempenhar uma política responsável", acrescentou.

"No dia 15 ou 16 não deixarei de exercer o meu voto e espero que o partido se mobilize para aquilo que é a sua missão, vencer as eleições. Pelas sondagens que vou vendo na comunicação social, não há nenhuma que não dê vitória ou empate ao PS", constata.

Segundo o ainda secretário-geral, com a alternativa que apresenta a direita, "o PS tem fortes hipóteses de vencer", e disse, sublinhando, que "o Chega não é alternativa".

Para António Costa, a dissolução da Assembleia da República “foi totalmente despropositada e desnecessária, mas – pronto – está feita”, disse, criticando o presidente da República.

“Agora, ser forçado a outra, isso não. Por isso, é essencial que a direita não seja maioritária na Assembleia da República e que possam existir outras soluções. O Chega não existe para governar, o Chega existe para contestar e para perturbar”, acentuou.

Deixou ainda outro recado, este dirigido ao PSD: “Que ninguém pense que lá por fazer um acordo com o Chega e ter uma maioria na Assembleia da República cria condições de governabilidade”.

“Não cria. Pelo contrário, é um fator de enorme ingovernabilidade”, sustentou.

"Por isso, com nova imagem e renovação, o PS pode muito bem voltar a governar", sublinhou o primeiro-ministro demissionário.

(notícia atualizada às 13:49, com Lusa)