“O serviço de dados da Internet móvel vai ser suspenso terça-feira, 13 de fevereiro de 2024, em determinadas faixas horárias”, afirmou o ministro das Comunicações, Telecomunicações e Economia Digital, Moussa Bocar Thiam, em comunicado.

Na sequência da decisão governamental, “os operadores de telecomunicações estão obrigados a cumprir com a notificação”, acrescentou o ministro.

O governante disse ter tomado esta decisão “devido à disseminação nas redes sociais de várias mensagens de ódio e subversivas que já levaram a manifestações violentas com mortes e danos materiais relevantes”.

Na sexta-feira, muitos senegaleses tentaram responder a um outro apelo difundido nas redes sociais, com as forças de segurança a reprimirem o protesto, no qual resultaram três mortos.

Para hoje, às 15:00 locais (mesma hora em Lisboa), está marcada nova manifestação em Dacar, tal como foi anunciado por Abdou Khafor Kandji, porta-voz dos movimentos cívicos que compõem o coletivo Aar Sunu Election (“Protejamos a nossa eleição”, na língua wolof).

Já antes as ligações por Internet móvel tinham estado bloqueadas por dois dias, por decisão das autoridades, tendo sido restabelecidas a 07 de fevereiro, numa altura em que o país atravessa um momento de tensão e graves crise política pela decisão do Presidente senegalês, Macky Sal, em adiar as eleições presidenciais, prolongando o seu mandato.

Esta decisão do Presidente foi conhecida em 03 de fevereiro e, horas depois de o parlamento ter começado a debater a lei que sustenta o adiamento das eleições, as autoridades ordenaram o primeiro corte da ligação à Internet móvel.

O adiamento foi justificado com a abertura de uma investigação sobre o processo de validação dos candidatos presidenciais e entre os quais foram excluídas figuras proeminentes como o líder da oposição, Ousmane Sonko, e Karim Wade, filho do ex-Presidente Abdoulaye Wade.

Os deputados apoiantes de Sall e os que apoiam Karim Wade ratificaram o adiamento das eleições para 15 de dezembro e a manutenção do Presidente no seu cargo até à tomada de posse do seu sucessor, ‘a priori’ no início de 2025.