Trump disse este sábado que seria "preso" esta terça-feira por uma investigação sobre o pagamento secreto que terá feito em 2016 a uma atriz de filmes pornográficos, Stormy Daniels, supostamente para evitar que revelasse um caso sexual. O ex-presidente convocou também os seus seguidores a "salvar a nação" e sair para "protestar".
Já no domingo, disse na sua rede social Truth Social que é alvo de uma "caça às bruxas" e lamentou que um promotor que atuou "durante a maior onda de crimes violentos da história de Nova Iorque" pudesse "assediar, acusar e levar a julgamento um ex-presidente dos Estados Unidos".
Até possíveis rivais de Trump na corrida presidencial de 2024 reagiram com indignação e vários líderes defenderam o direito a protestos pacíficos no caso da acusação se concretizar.
"Fico surpreso com a ideia de acusar um ex-presidente dos Estados Unidos num momento em que há uma onda de crimes na cidade de Nova Iorque", disse o ex-vice-presidente de Trump, Mike Pence, no canal ABC. "Parece que se trata de um julgamento politicamente motivado", acrescentou.
O Gabinete do Promotor do Distrito de Manhattan não confirmou nenhum plano para uma acusação formal contra o ex-presidente, que esteve na Casa Branca entre 2017 e 2021.
No entanto, há sinais a apontar para uma conclusão em breve do processo de investigação conduzido por um grande júri, como as recentes participações do ex-advogado de Trump, Michael Cohen, e de Stormy Daniels.
A possibilidade de um ex-presidente ser preso, algo sem precedentes, tem inflamado paixões e injetado incerteza na campanha para as presidenciais de 2024.
O senador republicano Lindsey Graham, apoiante do ex-presidente, chamou à possível acusação "um esforço contínuo e interminável para destruir Donald Trump e tudo o que envolve Donald Trump".
Até mesmo o governador de New Hampshire, Chris Sununu, um crítico aberto de Trump e um potencial adversário na candidatura republicana, sugeriu que uma acusação pode gerar uma forte reação negativa. "Acho que está a gerar muita simpatia pelo ex-presidente", afirmou neste domingo à CNN. "Será um circo", avisou.
No sábado, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Kevin McCarthy, acusou os promotores de Nova Iorque de "abuso de poder" e de buscar uma "vingança política" contra Trump.
Mas, para os democratas, o apelo de Trump para protestar pode resultar em violência, como a que ocorreu quando milhares dos seus apoiantes invadiram o Capitólio, sede do Congresso, a 6 de janeiro de 2021 para impedir a certificação da vitória do seu rival democrata, Joe Biden.
Nancy Pelosi, que era presidente da Câmara dos Representantes até recentemente, denunciou o anúncio de Trump como "imprudente" e disse que "estimularia distúrbios entre os seus seguidores".
Enquanto as agências de segurança se preparavam para possíveis protestos em frente ao seu escritório, o promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, garantiu no sábado numa mensagem interna aos funcionários que não toleraria intimidações ou ameaças contra ele, segundo a NBC.
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