“Em conformidade com a maioria dos membros do governo e com a primeira-ministra (…) a marcha do orgulho, ou seja lá qual o nome dessa coisa, será adiada ou anulada”, disse Aleksandar Vucic durante uma conferência de imprensa, citado pela AFP.

“Simplesmente, em determinados momentos, não se pode lidar com tudo. Noutra altura, em tempos mais felizes”, acrescentou o Presidente, explicando que a Sérvia estava “sob pressão”, enfrentando “todo o tipo de problemas”.

Neste contexto apontou nomeadamente um novo aumento da tensão no Kosovo, uma antiga província Sérvia que proclamou em 2008 a sua independência, nunca reconhecida por Belgrado, e também problemas relacionados com energia e alimentação.

Vucic anunciou esta mudança pouco tempo depois de ter mandatado a primeira-ministra, Ana Brnabic, assumidamente lésbica, de formar um novo governo, cerca de cinco meses depois das eleições realizadas no início de abril.

A EuroPride estava prevista realizar-se em Belgrado de 12 a 18 de setembro, numa semana de festividades e de eventos e com um ‘Pride Market’ agendado para o seu penúltimo dia.

A escolha da cidade para a realização da edição de 2022 do Europride foi conhecida em setembro de 2019, tendo Portugal, Espanha, Sérvia e Irlanda disputado a organização.

A Europride é um evento anula realizado desde 1992, tendo a sua primeira edição decorrido em Londres.

Apesar do anúncio do presidente sérvio, os organizadores da Europride já alegaram que o evento vai decorrer como planeado, referindo que várias decisões dos tribunais já definiram, no passado, que os cancelamentos são inconstitucionais.