O tribunal de Munique considerou Philipp Körber culpado de nove acusações de homicídio involuntário, bem como ferimentos involuntários em cinco casos, seguindo - em larga medida – o que tinha sido pedido pelo Ministério Público.
"O acusado tem, sem margem para dúvidas, uma orientação de extrema direita", declarou o juiz Frank Zimmer ao ler a sentença, apresentando-o como "um seguidor do Führer e do III Reich" (regime nazi, liderado por Adolf Hitler).
Por outro lado, o juiz disse que Philipp Körber falava “de forma extremamente desfavorável” sobre os estrangeiros, pelo que poderia, sem contestação, ser qualificado como “racista”.
O homem, de 33 anos, também foi acusado de violar a legislação alemã sobre o controlo de armas de fogo.
Philipp Körber vendeu, através da "dark net", uma via clandestina da Internet, uma pistola Glock 17 semi-automática e respetivas munições a um germano-iraniano de 18 anos, David Ali Sonboly, também ele com ligações à extrema-direita.
A 22 de julho de 2016, o jovem – considerado psicologicamente frágil – utilizou esta arma para abater nove pessoas e ferir outras cinco, antes de se suicidar no local do crime, um centro comercial da capital da Baviera, Munique.
"Quero expressar as minhas condolências aos familiares (das vítimas). Nunca quis que isto acontecesse, tenho muita pena", declarou hoje Philipp Körber em tribunal.
No início do seu processo, em agosto de 2017, Philipp Körber declarou que jamais teria vendido a arma se soubesse que David Ali Sonboly iria “cometer um crime tão horrível”.
Körber foi detido em agosto de 2016, no seguimento da investigação sobre a matança e chegou a estar detido acusado de ato terrorista.
Nos discos rígidos encontrados em sua casa, a polícia alemã descobriu simbologia nazi e o seu telefone continha fotografias ligadas aos atentados com um camião em Nice (sul de França), que fez 86 mortos em julho de 2016.
Ao disparar contra as pessoas no centro comercial, David Ali Sonboly escolheu alvos com aspeto de serem do sul da Europa.
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