As unidades militares de munições explosivas e as equipas de resposta à guerra química e biológica foram destacadas para inspecionar e recolher os objectos, escreve a Reuters, tendo sido emitido um alerta para que os residentes se mantenham afastados e comuniquem às autoridades qualquer avistamento.

“Os cidadãos devem abster-se de qualquer atividade ao ar livre, não entrar em contacto com objetos desconhecidos e comunicar a sua existência à base militar mais próxima ou à polícia”, declarou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul num comunicado enviado à agência de notícias France-Presse.

O mesmo comunicado afirmava inicialmente tratarem-se de "objetos não identificados, que se acredita serem panfletos de propaganda norte-coreana" e que  "foram identificados na zona fronteiriça de Gyeonggi-Gangwon".

No entanto, como demonstram as imagens entretanto divulgadas, dos mais de 150 balões detetados, alguns dos que aterraram no solo traziam sacos de plástico com lixo, incluindo garrafas de plástico, pilhas a aquilo que se acredita tratar-se de estrume. Num dos balões desfeitos estava a palavra "excremento" escrita num saco com lixo, escreve o "The Guardian".

Desde que a Guerra da Coreia (1950-1953) terminou com um armistício e não com um tratado de paz, o Norte e o Sul permanecem tecnicamente em guerra, separados por uma fronteira fortificada que inclui a Zona Desmilitarizada.

Por vezes, os ativistas sul-coreanos lançam balões com folhetos de propaganda contra o regime de Kim Jong-un e dinheiro destinado às pessoas que vivem a norte da fronteira.

Há muito que estes carregamentos suscitam a ira de Pyongyang que, no domingo, alertou para uma retaliação, num comunicado publicado pela agência de notícias oficial norte-coreana KCNA.

“Serão tomadas medidas de retaliação (...) contra a distribuição frequente de panfletos e outros materiais pela RDC [República da Coreia, nome oficial da Coreia do Sul] perto das zonas fronteiriças”, declarou o ministro-adjunto da Defesa, Kim Kang-il.