• A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou aos jornalistas que a primeira fase de vacinação da gripe "está a correr bem" e que esta fase da vacinação foi antecipada "em cerca de 2 semanas", assim como o Serviço Nacional de Saúde (SNS) preparou-se para a cobertura da vacinação da gripe e aumentou o acesso dos utentes à vacina.
  • Alunos de enfermagem dos últimos anos, acompanhados pelos respetivos professores, vão ajudar nos inquéritos epidemiológicos via de um novo acordo celebrado entre as autoridades da saúde e as instituições escolares devido à enorme carga de trabalho existente atualmente. "É óbvio que neste momento existe uma enorme pressão sobre os serviços de saúde pública", disse, aludindo ao facto de existirem cada vezes casos positivos o que vai posteriormente aumentar o trabalho e alongar a investigação epidemiológica. "É uma carga enorme de trabalho porque cada doente é preciso uma investigação muito apurada. Está a ser feito um reforço das equipas da saúde pública".
  • Perante esta realidade, Graça Freitas anunciou houve um contacto do Ministério da Saúde com o Ministério do Ensino Superior, para que através das escolas de enfermagem, nomeadamente os alunos dos últimos anos, acompanhados dos seus professores, "possam fazer estágio junto destas unidades de saúde pública". A diretora-geral da Saúde explicou que os alunos irão receber formação, que numa primeira fase será dada pela Direção-Geral da Saúde, mas que depois é feita também nos locais onde vão ajudar as equipas, "sempre com supervisão de uma autoridade de saúde a fazer os inquéritos epidemiológicos e portanto a detetar contactos o mais rapidamente possível a isolá-los e depois acompanhá-los".
  • "Há de facto uma grande pressão, mas estamos a tomar medidas para reforçar as equipas de saúde pública com mais gente com mais capacidade de fazer inquéritos e mais rapidamente", deu conta Graça Freitas, recordando que ainda há as pessoas que ficam em casa e que têm de ser acompanhadas.
  • O secretário de Estado e da Saúde não descarta recurso a hospitais privados. "Caso seja necessário e caso [a hipótese] seja considerada a melhor opção [iremos] recorrer a soluções nesse âmbito", frisou Diogo Serras Lopes, tendo, porém, salientado que a prioridade "é reforçar [a capacidade] do Serviço nacional de Saúde".
  • O tópico já tinha sido abordado na conferência anterior, realizada na última quarta-feira, mas Graça Freitas voltou a falar da norma reduz o tempo de isolamento para dez dias para doentes com doença ligeira ou assintomáticas, mas que mantém em 14 dias o isolamento dos contactos desses doentes.
  • "No dia em que uma pessoa é doente é o dia em que faz o diagnóstico porque tem sintomas ou porque deu um teste positivo. A ciência, aquilo que se aprendeu com esta doença, já permite saber que era infecciosa 48 horas antes de manifestar os sintomas. É aquele período em que nós dizemos que uma pessoa assintomática pode transmitir [a doença]. Mas também sabemos este doente infeccioso — está infetado por isso é que é doente — pode transmitir a doença a outros e essa transmissão vai sendo menor ao longo do tempo porque é uma doença aguda que evolui para a cura na maior parte dos casos", começou por esclarecer.
  • "E nós sabemos que num doente ligeiro essa capacidade de ele infetar outros vai diminuindo e se ele não tiver febre durante três dias nem tiver agravamento dos sintomas, ao fim do décimo dia, depois de ter iniciado a sua doença, praticamente já não contagia ninguém. É por isso que o doente tem alta clínica. Essa alta clínica coincide com a sua saída para a comunidade e não precisa, de acordo com aquilo que se sabe, de um teste", completou, salientado que as normas mudam porque aquilo que "há uns meses não era assim, agora é".
  • Um milhão e 683 mil dispositivos já fizeram o download da aplicação Stayway Covid e foram inseridos 179 códigos de pessoas que estiveram em contacto com alguém infetado, de acordo com o secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes. Quanto à proposta enviada ao Parlamento apenas frisou que o governo aguardará "o que saíra da decisão".
  • Questionada sobre o número de mortes (21) revelado no último boletim epidemiológico da situação da pandemia no país e a caracterização dos doentes, Graça Freitas salientou que o doente mais novo tinha 64 anos e a pessoa mais velha 97. Quinze eram do sexo masculino e seis do sexo feminino, sendo que 20 faleceram no hospital onde estavam internadas e um no lar.
  • Portugal está neste momento em situação de calamidade, mas estão marcados dois eventos de grande dimensão para o Algarve: o GP de Fórmula 1 e do MotoGP. Questionada se a realização está em causa, Graça Freitas enfatizou que "Direção-Geral da Saúde está a rever a programação em termos de público nos eventos desportivos em função da epidemiologia em cada região do país".
  • Graça Freitas advertiu que "a situação é preocupante", o que leva a autoridade de saúde a agir de forma “muito cautelosa”, adiantando que a presença de espetadores em espetáculos desportivos "está a ser equacionada conforme a zona, com a redução que terá de existir". De resto, a DGS já tinha dado parecer favorável – sem estabelecer números - à presença de público no Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1, que se vai realizar entre 23 e 25 de outubro, no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, com capacidade para perto de 100.000 espetadores.
  • A prova de MotoGP, que, à semelhança da F1, foi incluída no calendário do Mundial de velocidade de motociclismo deste ano devido ao cancelamento de várias corridas, vai disputar-se em 22 de novembro, também no circuito algarvio, devendo contar com a participação do piloto português Miguel Oliveira. "Sempre disse que todas as situações de público em eventos desportivos tinham a ver com tipo de evento e a situação epidemiológica. Neste momento, ambas as questões estão a ser equacionadas consoante região do país e incidência de casos nessa região", reforçou.
  • Instada a comentar sobre as sequelas que podem resultar do internamento da covid-19, Graças Freitas deu conta de que as pessoas que ficam nos Cuidados Intensivos por um período mais prolongado, estando ventiladas, "independentemente da doença que deu a origem desse internamento, por apresentar sequelas que muitas vezes não ficam de forma permanente", disse, antes de alongar o assunto.
  • "Começa a surgir números e estudos relacionados com as possíveis sequelas, mas temos de distingir aqui duas situações, nomeadamente no que diz respeito a sequela do foro neuromuscular e com a perda de capacidade física e muscular que podem estar relacionados com a doença covid ou podem ter a ver com o facto de alguns destes doentes terem tido internamentos prolongados, nomeadamente em universidades de cuidados intensivos", afirmou