Num comunicado hoje divulgado, o ministério adianta que “será solicitada à Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) a abertura de um concurso para provimento do respetivo cargo”.
Sílvia Belo Câmara, natural de Lisboa, é licenciada em Relações Públicas e Publicidade pelo Instituto Superior de Novas Profissões e, em 1998, efetuou uma pós-graduação em Ciências Políticas e Internacionais, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, e, em 2001, o mestrado em Teoria e Ciência Política, no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa.
É mestre em História da Arte, com especialização em História de Arte Contemporânea, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (2009).
A nova diretora-geral das Artes, em regime de substituição, iniciou a carreira profissional no jornalismo e, em 2009, assumiu a coordenação, segundo o comunicado ministerial, de "todas as áreas de atuação da Galeria de Arte Urbana da Câmara Municipal de Lisboa, no contexto do trabalho que concretizou no Departamento de Património Cultural", no qual desenvolvera, antes, "atividades no domínio da investigação, da inventariação, da comunicação, da produção de eventos, da publicação e da conservação e restauro".
"Previamente e também no contexto do Município de Lisboa, desempenhou funções na Divisão de Património Cultural, bem como na Divisão de Relações Públicas e Protocolo", adianta o comunicado do Ministério da Cultura.
Sílvia Belo Câmara era assessora do gabinete do atual secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado, desde 2016.
O comunicado acrescenta, em conclusão, que Sílvia Belo Câmara publicou artigos em revistas científicas fez palestras em diversos seminários e conferências, a nível nacional e internacional.
A nomeação de Sílvia Belo Câmara verifica-se uma semana depois do afastamento da anterior diretora-geral das Artes, Paula Varanda, por “perda de confiança política”.
O Ministério da Cultura disse então ter tomado "a decisão de determinar a cessação de funções da diretora da Direção-Geral das Artes, Paula Varanda, por perda de confiança política", ao ter conhecimento de factos que tornavam "incompatível a manutenção de Paula Varanda no cargo”.
O comunicado do gabinete do ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, que não acrescentava mais pormenores, mas explicou mais tarde que a demissão estava relacionada com “uma incompatibilidade” de funções, dado Paula Varanda acumular, com o cargo de diretora-geral das Artes, funções numa entidade cultural, a Dansul – Dança para a Comunidade no Sudeste Alentejano, associação com sede em Mértola, no Alentejo, fundada em 2001.
Paula Varanda afirmou que cessara funções como diretora artística da Dansul, em 2016, quando foi convidada para assumir a liderança da Direção-Geral das Artes.
Na sequência de um contacto da agência Lusa sobre a demissão anunciada oficialmente, a responsável respondeu com um comunicado, justificando que se manteve presidente da direção do projeto, "porque a assembleia geral não conseguiu até à data apresentar um novo corpo gerente ou deliberar o encerramento da associação".
"Não informei a minha tutela desta necessidade, criando assim, involuntariamente, um motivo para a minha demissão, por conduta imprópria da que me obrigava o cargo. Mas nunca vi este ato como atividade profissional da AMDA [Associação em Mértola para Desenvolver e Animar], em acumulação - cessei essas funções com a minha nomeação como diretora-geral", refere, no comunicado.
Paula Varanda era diretora-geral das Artes desde 01 de junho de 2016, tendo sucedido a Carlos Moura Carvalho e sido nomeada já pela atual equipa governativa da Cultura.
Na terça-feira, a comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto aprovou, por unanimidade, a audição do ministro da Cultura e da ex-diretora geral das Artes sobre os motivos que levaram à sua demissão.
As audições no parlamento são esperadas para a próxima semana.
O requerimento para a audição de Paula Varanda foi apresentado pelo grupo parlamentar do PSD, e o requerimento para a audição do ministro da Cultura, pelo CDS-PP, em ambos os casos para se obter esclarecimentos sobre as razões que levaram à demissão de Paula Varanda.
A mudança de responsáveis da Direção-Geral das Artes verifica-se poucas semanas depois da contestação do novo modelo de apoio, introduzido este ano pela Secretaria de Estado da Cultura, que tem tutela direta desta direção-geral, entidade responsável pela gestão dos programas de apoio, que financiam grande parte da atividade artística em Portugal.
[Notícia atualizada às 21:00]
Comentários