“A Caixa [Geral de Depósitos] está a fazer uma interpretação da lei do Orçamento do Estado que, pode dizer-se singelamente, é a de querer apagar o tempo e os anos em que estivemos constrangidos pelo programa de ajustamento, que neste caso são quatro anos”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD, João Lopes, após uma audiência com o grupo parlamentar do PS, pedida pelo próprio sindicato para expor esta situação.
Em causa, estão os anos 2013, 2014, 2015 e 2016, que, segundo o sindicato, “morreram, não existem” para a Caixa.
João Lopes sublinhou que o sindicato “não está a reivindicar efeitos retroativos”, mas não aceita esta “intenção de querer apagar o tempo”, acrescentando que nem o Orçamento do Estado para 2017 (OE2017) legítima essa leitura.
“Ficámos mais velhos quatro anos, o tempo que contou para a reforma tem que contar para a carreira e para outras coisas. E é essa leitura que a Caixa não está a fazer”, disse João Lopes.
O sindicato afirmou que foi hoje ao grupo parlamentar do PS para dar conhecimento sobre “este diferendo ou princípio de diferendo”, sublinhando que “até pode encontrar-se uma solução aceitável”, mas avisando que, se tal não acontecer, pondera avançar para os tribunais.
O Sindicato pediu audiências a todos os partidos que viabilizaram o OE 2017 e à comissão parlamentar do trabalho, seguindo-se agora, no dia 14 deste mês, a audiência com o PCP.
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