“As chefias locais perseguem os trabalhadores que reivindicam o cumprimento das regras laborais. Qualquer exigência de cumprimento da lei é entendida como um ataque à chefia”, acusa o SINTAC em comunicado, adiantando que as chefias “assumem que não querem concursos internos” porque “isso lhes retira a capacidade de escolher quem mais lhes convém para as mais diversas funções”.
O sindicato alega que, "entre ameaças a uns e promessas a outros, há de tudo", como "coação, compadrio, assédio moral, favoritismo", sendo que "alguns trabalhadores são alvo de inquéritos, processos disciplinares e sanções" e "outros são sumariamente ilibados das suas falhas".
A estrutura representativa dos trabalhadores queixa-se da “falta de transparência, igualdade de oportunidades, imparcialidade, justiça, respeito, operando os trabalhadores num “autêntico clima de ‘guerra fria’”, tentando “colmatar as falhas de uma gestão incompreensivelmente incapaz”.
O documento adianta que a 26 de novembro de 2008, os trabalhadores da escala das Lajes realizaram, a seu pedido, uma reunião com os representantes da SATA, da qual resultou um abaixo-assinado que denunciava “práticas de abuso de poder, desrespeito, perseguição e autoritarismo” por parte das chefias locais.
“Passados oito anos, estatisticamente, a escala das Lajes é a escala da SATA onde existe maior incidência de processos disciplinares e mais conflitos laborais. Nos últimos oito anos a taxa de processos disciplinares afeta mais de 10% dos trabalhadores”, adianta o SINTAC.
A direção do sindicato acrescenta que, decorrido este tempo, “aos trabalhadores que se veem a braços com uma gestão autoritária, incompetente, negligente, tendenciosa, resta-lhes denunciar”.
João Soares, vogal do conselho de administração do grupo SATA, disse à agência Lusa que “estão em curso dois processos de inquérito distintos” que envolvem dois trabalhadores da transportadora nas Lajes.
O administrador referiu que se houver indícios de irregularidades, a SATA vai agir de acordo com a legislação e avançar para processos disciplinares.
João Soares salvaguardou que numa empresa com a dimensão da SATA “não é só na escala da Terceira que estes processos normais ocorrem”, tendo acentuado que “não há qualquer tipo de perseguição aos trabalhadores das Lajes, contrariamente ao que refere o comunicado”.
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