Após a visita realizada na segunda-feira, o SMZC, que integra a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), "verificou uma situação deveras preocupante que põe em causa a segurança de profissionais e utentes da sede da UCSP [Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados] de Ansião, além de constrangimentos ao funcionamento da saúde pública, que aí tem uma médica colocada a trabalhar nas mesmas instalações", referiu o sindicato numa nota de imprensa.

Segundo o SMZC, "existem diversas salas onde há infiltrações de água" e, "quando chove, pinga, levando ao uso de baldes e plásticos para proteção dos equipamento e materiais existentes".

Na sequência das infiltrações, "existe uma proliferação acentuada de fungos a nível de tetos e paredes de diversas salas (nomeadamente a da saúde infantil), com odor acentuado, e cujos esporos são libertados no ar, podendo condicionar patologia respiratória alérgica/infeciosa grave", revelou ainda o sindicato.

O SMZC denunciou ainda a "ausência de manutenção dos equipamentos de ar condicionado há quatro anos" e a falta de "administrativo para dar apoio às atividades da médica delegada de Saúde Pública que aí exerce".

"Gabinetes pequenos onde com uma maca, fundamental para observação dos doentes, se torna praticamente impossível circular, sala de esterilização com funcionamento condicionado por infiltrações de água e gabinete e processos da Saúde Pública, que se encontram terrivelmente danificados pela existência de fungos, não permitindo trabalhar no gabinete ou aceder aos processos pelo risco para a saúde que apresentam", foram outros problemas enumerados na nota de imprensa.

Desde que o Centro de Saúde foi inaugurado em 1992, "já com algumas deficiências de desenho que comprometem o atendimento", que a manutenção do edifício "tem sido praticamente inexistente, apesar de persistentemente serem comunicados os problemas ao diretor executivo do Agrupamento dos Centros de Saúde (ACES) do Pinhal Interior Norte", acrescenta o SMZC.

O SMZC garantiu que não tem obtido resposta do diretor executivo do ACES Pinhal Interior Norte relativamente a "questões de condições de trabalho e segurança".

"Esta ausência de resposta estende-se ao pedido de reunião urgente realizado a 15 de novembro para discussão da situação das condições de trabalho do Centro de Saúde de Ansião".

O SMZC pediu à Administração Regional da Saúde do Centro uma reunião "para discussão das situações relatadas acima e divulgação às autoridades competentes na área da higiene e segurança do trabalho, à autarquia e sociedade civil, das condições absolutamente insuficientes e perigosas para a saúde de quem tem de frequentar o Centro de Saúde de Ansião, enquanto trabalhador ou utente".

"É indigno não existir resolução a breve prazo numa região carenciada em que os médicos de família continuam a assegurar a sua atividade em prol dos utentes que servem", remata.