Em causa está a Panificação Valinhos Lda., que fechou portas a 06 de agosto sem dar explicações aos seus seis funcionários e desde esse dia os tem em vigília no exterior da empresa, primeiro só a partir das 22:30, que é a hora a que teria início o seu turno laboral, e agora durante todo o dia, para evitar que bens da firma possam ser removidos das instalações.

"Após terem enviado aos sócios-gerentes [da panificadora] uma carta a manifestar que aguardavam indicações para voltar a laborar, os trabalhadores receberam hoje carta com indicação do encerramento da padaria e cessação dos contratos de trabalho", revela em comunicado à Lusa o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro (STIHTRSC).

A estrutura representativa dos funcionários da Valinhos (alguns dos quais também seus sócios minoritários, com quotas de 2%) acrescenta que os administradores e gerentes da panificadora "não se entendem" entre si, pelo que "não irão apresentar voluntariamente o pedido de insolvência" ao tribunal.

"Mas confirmam ter contraído dívidas à Segurança Social, às Finanças e a fornecedores nos últimos dois meses", realça o sindicato.

Para a situação da Valinhos terão contribuído "as parcas condições do edifício e dos equipamentos que foram alvo de ação inspetiva pela ASAE [Autoridade de Segurança Alimentar e Económica", assim como a falta de obras e de estratégia para o "futuro da padaria".

O STIHTRSC informa, por isso, que irá agora "tratar de pedir a insolvência da empresa" de moto próprio, para que os respetivos trabalhadores possam "ir em busca dos seus créditos de muitos anos" - já que há desde contratos com apenas 18 meses de antiguidade até aos que envolvem 32 anos de funções.

Quanto à vigília junto à firma, o sindicato informa que os funcionários estão a fazer turnos à porta da unidade "para que não seja retirado património da padaria". O objetivo é garantir que, "apesar da palavra do advogado da empresa de que isso não irá acontecer", não possam ser retirados do local equipamentos como "máquinas industriais e viaturas".

A Lusa tentou ouvir o advogado dos gerentes da Panificação Valinhos - que vinha produzindo cerca de 9.000 pães e outros produtos alimentares por dia -, mas esse não esteve contactável.