Em comunicado, o STARQ aponta “problemas de higiene e segurança”, que já existiam antes da pandemia de covid-19, como “paredes de edifícios de sondagens pouco seguras”, a “falta de sanitários ou mesmo lavatórios” ou “risco de hipotermia ou insolação”.
“A gritante falta de condições de trabalho, que não permite exercer a profissão, criadora de riqueza cultural, histórica e científica, com segurança, dignidade e autonomia, agudizou-se com o surgimento da pandemia”, pode ler-se na nota divulgada hoje, Dia Internacional dos Arqueólogos.
A estrutura sindical destaca ainda ser positiva a divulgação das normas da Direção-Geral da Saúde para a construção civil, ligada à atividade dos arqueólogos, por constituírem "o mínimo exigível para a prevenção da infeção” por covid-19, mas pediu fiscalização.
“No entanto, sublinhamos que a eficácia destas normas será pouca ou nenhuma se a sua implementação ou cumprimento não forem devidamente fiscalizados”, refere.
O STARQ exige igualmente uma Autoridade para as Condições do Trabalho “ativa, forte e verdadeiramente inspetiva”.
O sindicato divulgou ainda os resultados de um inquérito promovido junto da comunidade de trabalhadores de arqueologia, durante o mês de maio, onde 44% dos inquiridos disse considerar que não são cumpridas as normas de higiene e segurança no trabalho.
O inquérito revela também que 32% dos trabalhadores que responderam ao estudo sentiram uma “diminuição dos seus rendimentos” e 70% diz ter uma “relação laboral precária”.
O inquérito ‘online’ aos trabalhadores em arqueologia obteve 185 respostas.
Para o STARQ, a arqueologia está hoje “extremamente dependente” das dinâmicas da construção civil, situação que é “prejudicial para os profissionais da área, mas, igualmente, para a valorização e conhecimento do património”.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 627 mil mortos e infetou mais de 15,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.712 pessoas das 49.692 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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