“O ministro da Saúde é conhecedor dos problemas, assumiu o compromisso de resolução e o Governo continua na plenitude das suas funções, o que significa que pode resolver. Portanto, nessa perspetiva, temos de exigir que resolvam”, disse à agência Lusa Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
A posição do sindicato surge depois de o sindicato ter desconvocado uma greve prevista para hoje por considerar que o motivo da paralisação, que pretendia pressionar o Governo a negociar soluções para estes profissionais, deixara de fazer sentido devido à crise política.
“A greve foi suspensa em função daquilo que foi a situação política decorrente da demissão do primeiro-ministro. E portanto, à data, não sabendo qual iria ser a decisão do Presidente da República, a direção nacional do SEP entendeu por bem suspender a greve. A decisão do Presidente da República foi agora de marcar eleições, mas manter o Governo na sua plenitude de funções. E o Governo na sua plenitude de funções pode resolver [os problemas]”, afirmou.
À Lusa, a dirigente sindical adiantou que durante os próximos 15 dias o SEP “poderá desenvolver iniciativas luta”, tendo já agendado uma reunião de direção para à próxima quarta-feira.
O SEP insiste, contudo, que os problemas dos enfermeiros “vão agudizar-se e requerem soluções”.
Aproveitou ainda para apelar à participação dos enfermeiros na manifestação de sábado, em Lisboa e no Porto, convocada pela CGTP.
A greve nacional de sexta-feira tinha sido convocada em 19 de outubro.
Na altura, o SEP apontou como motivos o agravamento das condições de trabalho, a desregulação dos horários de trabalho, a sobrecarga horária, a perda de paridade da carreira de enfermagem com a carreira técnica superior da administração pública, a não conclusão dos processos de avaliação e a ausência de medidas de retenção de enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde.
Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República, na sequência da demissão do primeiro-ministro, na terça-feira.
António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo relacionado com negócios sobre o lítio, o hidrogénio verde e um centro de dados em Sines terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos.
De acordo com o Ministério Público, podem estar em causa os crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e tráfico de influência.
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