Em comunicado, a Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP) afirma que “jamais compactuará com novos casos, semelhantes ao de Alfragide ou do Bairro da Jamaica, onde polícias viram a sua vida pessoal e profissional vilipendiada com a conivência leviana, quer por omissão, quer por ação, de entidades que tinham o dever acrescido colocar cobro e/ou não alimentar todos os julgamentos e mediatismo que tiverem lugar na praça pública”.
“À Direção Nacional da PSP, sem se pedir que tome partido por nenhuma das partes, exige-se que não se limite a esperar para reagir às questões colocadas pelos jornalistas e que seja mais proativa (como tanto exige ao seu efetivo) no tratamento deste tipo de casos, colocando as pessoas, independentemente da sua notoriedade social, no seu devido lugar, argumenta a ASPP/PSP.
Na opinião do sindicato, isto só pode acontecer “salvaguardando a dignidade dos seus elementos e dos cidadãos implicados, desiderato só possível nas sedes próprias, aquelas que a lei bem define, e respeitando o princípio básico em democracia que é o da separação de poderes”.
A mulher detida no domingo na Amadora numa paragem de autocarro diz ter sido agredida por um polícia e ter temido pela vida, garantindo que vai lutar com todas as suas forças contra a violência e o racismo.
Num comunicado da sua advogada enviado às redações na quarta-feira à noite, Cláudia Simões, de 42 anos e mãe de quatro filhos, conta que no passado domingo pensou que ia morrer sufocada na rua diante da filha de 8 anos, vítima de agressões policiais.
Ao longo de três páginas Cláudia Simões conta a sua versão dos factos, dizendo que temeu pela vida quando foi vítima de um episódio de violência policial.
Também na quarta-feira o ministro da Administração Interna ordenou a abertura de um inquérito sobre a atuação policial no caso da detenção de Cláudia Simões que resultou numa denúncia contra o polícia de serviço.
Vários partidos já pediram esclarecimentos ao Ministério tutelado por Eduardo Cabrita sobre a atuação policial nesta situação e na segunda-feira a PSP já tinha anunciado a abertura de um processo de averiguações na sequência da denúncia apresentada pela mulher detida contra o polícia de serviço.
No âmbito desta ocorrência, a organização SOS Racismo recebeu “uma denúncia de violência policial contra a cidadã portuguesa negra”, indicando que a mulher ficou “em estado grave”, resultado das agressões que sofreu na paragem de autocarros e dentro da viatura da PSP em direção à esquadra de Casal de São Brás, na Amadora.
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