"Fomos surpreendidos, soubemos deste plano pela comunicação Social. Nem a administração da EGEAC, nem a vereadora [da Cultura] nos tinha transmitido essas intenções", afirmou o presidente do STML, em declarações à agência Lusa.

Numa entrevista publicada na edição de domingo do jornal Público, a vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, Catarina Vaz Pinto, falou sobre a concessão a privados dos teatros Maria Matos e do Bairro Alto.

Os teatros municipais são dez, dois dos quais - São Luiz e Maria Matos - têm sido geridos, até agora, pela Empresa Municipal de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC). Os restantes são o Teatro Aberto, Cinearte, o espaço do Teatro Meridional, o Teatro Taborda, A Comuna, o Capitólio, o Teatro Luís de Camões e o Teatro Variedades.

Segundo a vereadora, o Teatro Maria Matos e o do Bairro Alto vão ser concessionados a privados, prevendo-se a abertura dos concursos em janeiro, contando Catarina Vaz Pinto tê-los concluídos em fevereiro ou março.

"Não nos foi dada informação oficialmente, não tínhamos indicação nenhuma, por isso estamos a preparar um ofício para questionar a administração da EGEAC e a Câmara, e vamos também pedir uma reunião" às duas entidades, continuou Vítor Reis.

O sindicato quer saber "o propósito desta decisão, o que significa, e qual a situação dos trabalhadores" destes teatros no presente e no futuro, advogando que "é uma externalização de um serviço público".

Esta é uma situação que "desde logo nos preocupa, porque nem na campanha houve referência por parte do PS a estas intenções", continuou o responsável.

Para esta semana está então "agendado um plenário com os trabalhadores daquele equipamento, para analisar que medidas tomar em relação a esta situação", avançou Vítor Reis.

Na entrevista, Catarina Vaz Pinto disse que a rede de teatros municipais vai ser repensada, prevendo "novas vidas" para os teatros Camões, do Bairro Alto, Maria Matos e, a médio prazo, para o Teatro Variedades, no Parque Mayer.

A vereadora conta que o novo modelo para estes teatros possa ser posto em prática a partir de setembro, outubro, ou até eventualmente em janeiro de 2019, alegando que há todo um trabalho de programação que não se faz de um dia para o outro.