"É urgente a renacionalização dos CTT", pode ler-se no comunicado, que defende a "reversão da privatização dos CTT" como "solução para haver um serviço postal de qualidade e universal".

É que "a maioria dos portugueses e muitos dos seus representantes sabem que a privatização dos CTT foi um erro", considera o sindicato.

O SNTCT remete a tomada de decisões para "o Governo e o partido que o suporta [PS]", mas considera que ambos estão a "arranjar desculpas, a empatar, a 'chutar' para o Regulador [ANACOM], a enganar os portugueses, com medo de afrontar os interesses financeiros que dominam os CTT".

O sindicato diz que, "para o Governo, o capital é quem mais ordena mesmo no que diz respeito à destruição dos serviços públicos", e acusa o ex-ministro das Infraestruturas Pedro Marques, o primeiro-ministro António Costa e o Governo de não terem "coragem política de tomar posição".

De resto, de acordo com o SNTCT, "o Estado já está a financiar os CTT", através da passagem das estações de correio para as juntas de freguesia, "por isso, é falacioso que o Governo diga que não interfere" na empresa, por ser privada.

"Também a TAP era, também a banca era, também a REN é e o Governo está a estudar a possibilidade de entrar no seu capital", acrescentou o SNTCT.

O sindicato argumenta que "no último ano foram destruídas (encerradas) 84 estações de correios", que "já há 38 municípios sem estações de correios", e que "os CTT querem alargar este número para 48".

"Todos, populações, comércio e empresas, têm denunciado a falta de qualidade e o atraso com que o serviço de correios é prestado", afirmam os representantes dos trabalhadores.

O sindicato apresentou, no comunicado, valores das contas da empresa entre 2013 e 2017, com o lucro a totalizar 300,2 milhões de euros e a distribuição de dividendos 311 milhões de euros, referindo que a qualidade do serviço foi progressivamente piorando.

"O Estado deixou de receber 311 milhões de euros, os CTT já só valem 466 milhões de euros e o serviço postal está completamente degradado e cada vez menos universal. A renacionalização dos CTT custaria 10% do que o Estado suporta com o BES/Novo Banco", conclui o SNTCT.