“Depois de uma primeira leitura do Relatório Preliminar da Comissão de Inquérito à TAP, o SNPVAC lamenta que o mesmo seja um documento com tamanha ligeireza, falta de rigor, omissões e inverdades, que mais não são que uma falta de respeito para com os tripulantes de cabine da TAP, os trabalhadores do grupo TAP, os portugueses e contribuintes”, lê-se em comunicado enviado aos associados, a que a Lusa teve acesso.
A direção do SNPVAC disse também sentir-se “enganada e usada”, dado que as seis páginas e meia do relatório com 180 páginas dedicadas ao plano de reestruturação — que envolveu um despedimento coletivo e um corte salarial de 25% – não refletem o que foi dito nas audições da comissão de inquérito.
“Não compreendemos como é possível não constar neste relatório a informação oficial de que Bruxelas [Comissão Europeia] sugeriu e defendeu outras soluções — menos duras e onerosas para os trabalhadores do grupo TAP, no âmbito das negociações do plano de reestruturação”, refere o sindicato dos tripulantes de cabine.
A estrutura lembrou que na sua audição, em 26 de abril, foi entregue um documento à comissão de inquérito onde está plasmada a sugestão da Comissão Europeia ao Governo e à administração da TAP de se adotar “outro tipo de medidas que compensariam os cortes draconianos que foram infligidos aos trabalhadores da TAP”.
“Hoje sabemos que o Governo optou pelo corte nos salários dos trabalhadores, quando poderia ter mitigado esta situação com outras alternativas propostas por Bruxelas. […] Como é que uma informação tão impactante na vida dos trabalhadores do grupo nos últimos três anos, não teve qualquer relevância neste relatório?”, apontou o sindicato, considerando que o documento elaborado pela deputada socialista Ana Paula Bernardo, entregue na terça-feira, confirmam “os receios e as críticas feitas pela direção do SNPVAC” ao longo das audições do inquérito: “houve muita política e pouca TAP”.
Comentários