Alfredo Mendonça, presidente do Sindicato Pilotos da Aviação Civil, diz que há uma "grande campanha de desinformação" em relação aos pilotos, que sentem a sua dignidade atacada. “Há uma grande campanha de desinformação relativamente aos pilotos e atacando a dignidade dos pilotos. Chegámos ao ponto em que começou a ser atacada a dignidade humana e laboral dos pilotos. Já os compararam com os bancos sujeitos a reestruturações”, afirmou Alfredo Mendonça, em conferência de imprensa na sede do SPAC, em Lisboa.

Para o responsável, é necessário separar a TAP SGPS da TAP SA. “Desde 1997 que não era injetado um cêntimo. A TAP SA normalmente apresenta resultados muito diferentes dos referidos”, notou.

"Nós, pilotos, estamos aqui para defender a honra da TAP", afirmou.

Alfredo Mendonça lembrou ainda que os pilotos portugueses são disputados por todas as companhias do mundo e considerados “dos melhores trabalhadores que se pode ter”.

O Governo entregou à Comissão Europeia (CE) a proposta inicial do plano de restruturação da TAP, que prevê para o próximo ano um auxílio do Estado de 970 milhões de euros, anunciou o executivo.

De acordo com um comunicado conjunto dos ministérios das Infraestruturas e da Habitação e das Finanças, “foi entregue hoje [quinta-feira] à Comissão Europeia uma proposta inicial do plano de reestruturação da TAP, ao abrigo da Diretiva Europeia que regulamenta os auxílios de Estado”.

O presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) afirmou hoje que o ministro das Infraestruturas, Nuno Santos, tem passado dados incorretos, à semelhança de outros responsáveis, aconselhando-os a “afinar as suas bússolas”.

“Há várias pessoas, como o senhor ministro das Infraestruturas, que têm passado alguns dados que não estão corretos e nós temos como prová-lo”, lamentou Alfredo Mendonça, em conferência de imprensa, em Lisboa.

De acordo com o responsável, dados incorretos “causam muitos danos na classe e no seu futuro”.

Assim, “estas pessoas precisam de afinar as suas bússolas e reorientarem a navegação”, considerou.

O SPAC disse ainda desconhecer qual a origem dos dados que apontam que a TAP tem mais pilotos do que as congéneres, defendendo que estes não são verdadeiros.

O ministro das Infraestruturas disse hoje que a TAP tem mais 19% de pilotos por aeronave do que “praticamente todos os concorrentes”, sublinhando que a empresa tinha um conjunto de desvantagens competitivas face às congéneres, antes da covid-19.

"A TAP tem mais 19% de pilotos por aeronave do que praticamente todos os concorrentes. A TAP tem mais 28% de tripulantes por aeronave do que a maior parte dos concorrentes", disse Pedro Nuno Santos.

"A TAP tinha e tem um conjunto de ineficiências que a tornam menos competitiva do que os seus concorrentes, que são as companhias de bandeira. Antes da covid-19 tinha já um conjunto de desvantagens competitivas face às congéneres", acrescentou.

Segundo o governante, "para produzir o mesmo, a TAP precisa de mais pilotos", uma diferença face aos concorrentes diretos que, disse, tem que ser corrigido com o plano de reestruturação.

A informação foi transmitida em conferência de imprensa conjunta do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, e do secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz, no Ministério das Infraestruturas, em Lisboa, depois de o Governo ter entregado o plano de reestruturação da companhia aérea à Comissão Europeia, na quinta-feira.

O Governo estima que a TAP tenha condições para começar a devolver os apoios do Estado em 2025, mas até lá poderá ter de receber um valor superior a 3,7 mil milhões de euros, segundo o ministro das Infraestruturas.

O SPAC e o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) apelaram ao Governo que negoceie com Bruxelas o adiamento da apresentação do plano de reestruturação da TAP, denunciando que este está baseado em previsões de mercado "completamente desatualizadas".

O ministro da Economia afirmou dia 9 de dezembro que as remunerações pagas a “muitos” dos trabalhadores da TAP são superiores às suportadas por congéneres europeias, o que o presidente do Sindicato Pilotos da Aviação Civil diz ser errado.

 "Não estamos contra um plano de reestruturação", disse Rodrigo Guimarães.