“Preocupa-nos esta questão. Levanta-nos muitas dúvidas. Até na questão dos meios financeiros. A Câmara de Lisboa já subconcessionou outras empresas precisamente com o argumento da falta de condições financeiras e não há uma garantia de que algo não aconteça no futuro”, frisou Manuel Leal.
Depois de ter suspendido o processo de concessão das empresas públicas de transporte iniciado pelo Governo PSD/CDS-PP, o Governo de António Costa (PS) decidiu entregar a gestão da Carris à Câmara de Lisboa.
Questionada pela Lusa, fonte da autarquia afirmou que a Câmara de Lisboa “não tem qualquer plano ou intenção de subconcessionar a Carris a privados”.
“Pelo contrário, e como é do conhecimento público, a Câmara sempre se mostrou contrária à pretensão do anterior Governo em concessionar a Carris a privados. Mais se recorda que a Câmara chegou mesmo a apresentar duas providências cautelares para travar esse processo”, acrescentou.
Afirmando que a autarquia “acompanha, desde o primeiro minuto, a posição do atual Governo ao fazer regressar os transportes de Lisboa à gestão camarária”, a mesma fonte lembrou, ainda, que a “gestão da Carris pela cidade corresponde a uma velha aspiração da Câmara e dos lisboetas”.
Reafirmando ter "imensas reservas em relação a esta questão", Manuel Leal defendeu que a municipalização não vai contribuir para a criação de um sistema integrado de transportes de toda a Área Metropolitana de Lisboa”.
Em declarações à Lusa, o sindicalista defendeu que devia ser criado um sistema integrado de transportes de toda a Área Metropolitana de Lisboa, “com a construção de uma Autoridade Metropolitana de Transportes a ter competências de gestão e de organização do serviço público das diversas empresas”.
Para Manuel Leal, a municipalização da Carris pode “comprometer essa visão do sistema de transportes em toda a área metropolitana, vai criar problemas na oferta de transportes na cidade e vai tornar apelativa a utilização do transporte privado”.
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