Na quarta-feira, os trabalhadores da RTP aprovaram, em plenário, a realização de uma greve como forma de luta depois da resposta da administração ao caderno reivindicativo "ter sido claramente abaixo" do esperado, disse fonte do Sindicato dos Jornalistas à Lusa.

Em causa estão os aumentos salariais dos trabalhadores da estação pública, congelados há 10 anos, a perspetiva de requalificação dos profissionais ou a demora da integração dos precários como efetivos.

Hoje, num comunicado conjunto, os sindicatos dos Jornalistas, Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV), Independente dos Trabalhadores da Informação e Comunicações (SITIC), dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT) e Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) indicam que “o plenário mandatou” estas estruturas para “constituírem uma comissão de greve que, num curto prazo, irá estudar como se vai organizar e concretizar esta estratégia”.

Ainda não existe, por isso, data nem modelo definido para a greve.

Antes desta decisão, estes sindicatos afetos à RTP já tinham entregado pré-avisos de greve.

Além disso, “os sindicatos decidiram pedir uma reunião de urgência ao ministro das Finanças”, Mário Centeno, bem como “complementar com outros pré-avisos de greve, para ampliar as formas de luta e assegurar a defesa dos interesses e dignidade dos trabalhadores”.

“Os trabalhadores consideram inaceitável a última proposta do Conselho de Administração da RTP que, entre outras medidas, propõe um aumento de 10 euros na tabela salarial, após 10 anos de congelamento”, assinalam as estruturas no comunicado conjunto.

Acresce que, continuam, “o Conselho de Administração da RTP também não respondeu de forma satisfatória quer aos pedidos de reenquadramento dos trabalhadores do quadro, quer às medidas necessárias para a regularização da situação dos trabalhadores precários, constantes do Caderno Reivindicativo”.

“Os trabalhadores da Rádio e Televisão públicas recordam que nos últimos anos assistiram a vários pedidos de exceção para a entrada na empresa ou valorização salarial de quadros diretivos”, pelo “não entendem a contínua duplicidade de critérios de gestão”, sublinham.

E vincam ser “inaceitável que o Conselho de Administração da RTP se disponha a gastar mensalmente com as duas mais recentes contratações quase a mesma verba que propõe para o aumento salarial de todos os trabalhadores”, isto numa alusão à entrada de Helena Garrido e de Cândida Pinto para a direção de informação da estação pública.

“O combate à desigualdade salarial não pode ser só uma bonita declaração de princípios - deve ser prática de uma empresa que se quer socialmente mais justa e respeitadora dos seus trabalhadores”, concluem os sindicatos.