A Groundforce informou à agência Lusa que todos, incluindo os seis sindicatos representantes dos trabalhadores, estão “todos absolutamente alinhados quanto ao diagnóstico e às ações que consideram necessárias: aumento do efetivo policial e alteração do enquadramento legal da agressão ao agente aeroportuário”.
“O que ficou combinado foi, juntos - empresa e representantes dos sindicatos – deslocarem-se à audiência com o ministro da Administração Interna, que foi pedida na sexta-feira quando esta for agendada”, segundo fonte oficial da empresa, dias depois de se repetirem agressões a trabalhadores.
Em declarações à Lusa, o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava), Fernando Henriques, informou hoje que no fim de semana registaram-se três casos de agressões, duas das quais no domingo, “sempre em voos TAP”.
“Os problemas hoje são diários e no domingo, pela primeira vez, houve duas agressões no mesmo dia. Está a haver uma escalada de violência e é inevitável que haja reações das entidades responsáveis: do aeroporto, da PSP”, disse.
Segundo o dirigente sindical, a companhia aérea tem repetido situações de ‘overbooking’ (venda legal de mais bilhetes do que lugares disponíveis) e de cancelamentos.
“Estamos a falar de um barril de pólvora e de um cocktail explosivo porque em condições normais, com os voos todos a fazerem-se, a maioria está em ‘overbooking’. Agora imagine-se com 10% da operação cancelada, como foi no domingo, com mais de 40 voos cancelados, potencia-se as irregularidades e as altercações”, assinalou à Lusa.
O sindicalista notou as dificuldades dos passageiros entenderem que o funcionário que “dá a cara” nem é da TAP, mas da Groundforce, apesar de envergar a farda ser da transportadora nacional.
Fernando Henriques defendeu também que o aumento do número de passageiros e da operação deve levar a um “aumento das condições de segurança dos trabalhadores e das instalações”, recordando o caso da “agressão grave” em que uma funcionária foi projetada contra uma porta de emergência que dá acesso à placa do aeroporto.
Essa funcionária foi agredida no dia 17, “esteve umas horas largas no hospital” e “acabou por ficar em baixa psicológica durante uns dias”.
Ao seu telefone têm chegado mensagens de trabalhadores a “manifestarem receio”, sobretudo quando são escalados para assistência a portas de embarque de voos em ‘overbooking’.
No imediato, o Sitava quer que “seja tomada uma medida excecional que eleve o nível de ameaça e de segurança do aeroporto de Lisboa, através de um reforço de meios, com outros efetivos policiais”.
Na semana passada, o sindicato tinha já revelado o registo de "mais de uma dezena de episódios" desde o início do ano.
A Lusa aguarda comentários da ANA e da PSP de Lisboa.
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