Num comunicado, António Guterres pediu ainda ao Conselho de Segurança da ONU para que continue a trabalhar “ativamente” no dossiê sírio, que deve culminar “numa solução política", e "assumir as respetivas responsabilidades" à luz dos princípios inscritos na Carta das Nações Unidas.
Até ao momento, nenhum dos 15 países-membros que integram o Conselho de Segurança da ONU manifestou intenção de convocar uma reunião de emergência para discutir a escalada militar registada nas últimas horas entre Telavive e Teerão.
Quando questionados pelos ‘media’ sobre esta possibilidade, vários embaixadores junto da ONU, nomeadamente da Rússia, França e Reino Unido, responderam apenas: “Não, por agora”.
A tensão no Médio Oriente, e nomeadamente no território sírio, aumentou nas últimas horas, com Israel a bombardear, quarta-feira à noite, dezenas de alvos iranianos na Síria e estruturas das forças governamentais de Damasco, em represália por um ataque atribuído ao Irão contra forças israelitas nos Montes Golã, território sírio que Israel invadiu em 1967 e anexou em 1981.
Segundo as agências internacionais, o representante diplomático israelita junto da ONU, Danny Danon, escreveu hoje ao Conselho de Segurança das Nações Unidas a pedir uma condenação do alegado ataque iraniano, mas também a apelar aos Estados com assento naquele órgão para que exijam a Teerão a saída das respetivas forças militares da Síria porque “não só é uma ameaça para Israel, mas também para a estabilidade de toda a região”.
Esta escalada da tensão ocorre num contexto de incerteza em relação ao programa nuclear iraniano, depois de os Estados Unidos terem decidido abandonar o acordo nuclear entre o Irão e o grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - EUA, Rússia, China, França e Reino Unido - e a Alemanha).
O acordo, concluído em 2015, permitiu o levantamento de parte das sanções internacionais em troca do compromisso de Teerão de limitar o seu programa nuclear a fins civis.
Israel é um reconhecido opositor de Teerão e foi sempre um forte crítico deste acordo nuclear, tendo aplaudido a decisão dos Estados Unidos.
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