A demissão de McGurk, noticiada hoje pela imprensa norte-americana, ocorre dois dias depois da renúncia do secretário da Defesa, Jim Mattis, pelo mesmo motivo.
Recentemente, em 11 de dezembro, McGurk afirmou publicamente que é “imprudente” considerar que o grupo ‘jihadista’ foi derrotado e, como tal, insensato retirar as forças norte-americanas que participam na coligação.
Brett McGurk, 45 anos, foi nomeado para as atuais funções em 2015, pelo então Presidente Barack Obama, e Donald Trump manteve-o no cargo.
Na sua carta de demissão, entregue na sexta-feira ao secretário de Estado, Mike Pompeo, McGurk afirma que os ‘jihadistas’ estão enfraquecidos, mas ainda não derrotados, e que a retirada prematura das forças norte-americanas pode traduzir-se numa recriação das condições que permitiram a ascensão do Estado Islâmico, segundo a Associated Press.
McGurk, cuja demissão se torna efetiva em 31 de dezembro, tinha anunciado anteriormente a intenção de cessar funções em meados de fevereiro, após uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da coligação organizada pelos Estados Unidos, mas considerou que a decisão agora tomada de retirar as forças não lhe permitia manter-se no cargo.
Donald Trump anunciou na quarta-feira que ia ordenar a retirada dos cerca de 2.000 militares destacados na Síria, que combatem ao lado da coligação árabe-curda, as Forças Democráticas Sírias (FDS).
A decisão, justificada por Trump com a derrota do Estado Islâmico, foi criticada por numerosos especialistas, que frisam que o grupo ‘jihadista’ continua a controlar uma série de aldeias ao longo do rio Eufrates, no leste da Síria, onde resistem há semanas a ataques sucessivos das FDS.
Segundo estimativas militares norte-americanas, a zona conta com cerca de 15.000 residentes, entre os quais uns 2.000 combatentes do grupo extremista.
Outras fontes, como o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, admitem que continuem presentes na Síria até 8.000 combatentes do Estado Islâmico.
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