Em comunicado, a ALEP e a empresa espanhola Roomonitor anunciaram que Lisboa é a 10.ª cidade europeia a disponibilizar a tecnologia de monitorização do ruído, “uma solução para evitar possíveis problemas de convivência em cidades onde os apartamentos em regime de alojamento local [AL] têm vindo a ser uma tendência”.
O serviço, avançou à agência Lusa uma porta-voz dos promotores, “foi lançado no início do ano” e atualmente têm “cinco agentes permanentemente na cidade de Lisboa” e estão “a gerir mais de 20 incidências noturnas”, em “mais de 500 apartamentos” que já aderiram ao sistema.
A associação das duas entidades destina-se a promover a instalação de dispositivos de monitorização de ruído, acompanhados por um serviço operacional pós-laboral, que tem por objetivo “a boa convivência entre hóspedes e vizinhos e uma maior qualidade do serviço de alojamento local”, lê-se na nota.
O sistema consiste na instalação de um dispositivo que alerta sempre que os níveis de ruído permitidos forem excedidos na propriedade, controlado posteriormente com uma deslocação presencial ao alojamento.
A vantagem do sistema reside no facto de os dispositivos garantirem “que o hóspede seja avisado, mas também que o proprietário receba um relatório detalhado com a resposta dada, tempo do alerta e de resolução, com objetivo de controlar os níveis de ruído, garantindo desta forma, um maior conforto, confiança e segurança aos senhorios”, explica-se no comunicado.
Segundo a Roomonitor, o sistema garante a “total privacidade dos hóspedes, uma vez que o dispositivo apenas mede o ruído, sinalizando os seus padrões em gráficos, em tempo real” e “não existe qualquer gravação de sons, voz ou imagem”.
Além do mecanismo que alerta caso os ruídos permitidos forem ultrapassados, a empresa prevê “um serviço de agentes noturnos para prestar serviço hoteleiro aos apartamentos e aumentar a qualidade e experiência dos clientes 24 horas por dia”.
“O principal valor da Roomonitor é a atuação 360º, temos um serviço disponível para qualquer tipo de emergência durante a estadia do hóspede”, afirmou André Bettencourt, responsável pela Roomitor em Portugal, citado na nota.
O responsável acrescentou que a empresa monitoriza o ruído, mas também controla e atua presencialmente: “Ter um detetor de ruído sem o serviço agregado é o mesmo que ter um detetor de fumo sem bombeiros. Atualmente, as novas funcionalidades do dispositivo incluem também a deteção da qualidade do ar, humidade, fumo de tabaco e multidões (através do número conexões ao ‘wi-fi’)”.
“Se os vizinhos detetarem algum tipo de anomalia consoante as regras de condomínio, este pode contactar diretamente connosco e enviamos um agente de forma imediata. Deste modo, a boa convivência entre o alojamento local e a comunidade está 100% garantida”, concluiu Bettencourt.
A empresa apostou em Lisboa como “um dos principais centros” no sul da Europa, “com uma equipa dedicada e capaz de cobrir todas as necessidades, diurnas e noturnas, “em qualquer alojamento local em Lisboa”.
“Neste momento estamos a negociar com as empresas de gestão de AL no Porto e assim que tivermos o ‘ok’ estamos prontos para começar. Pensamos poder começar já com o serviço completo no princípio de 2024”, adiantou a porta-voz da empresa à Lusa.
Após o arranque no Porto, a empresa admitiu alargar o sistema à “zona do Algarve”.
Para Eduardo Miranda, presidente da ALEP, também citado no comunicado, “a iniciativa representa a profissionalização do setor e faz parte da colaboração público-privada para olhar para um turismo de qualidade e de boa convivência com os vizinhos”.
“Esta parceria é mais um passo para ajudar os gestores da cidade de Lisboa a ter um maior controlo das suas casas turísticas e dos seus hóspedes”, frisou.
Lisboa é a 10.ª cidade da Europa a disponibilizar esta tecnologia, depois das cidades de Madrid, Barcelona, Málaga, Sevilha, Valência, San Sebastian (Espanha), Paris, Lyon (França) e Bruxelas (Bélgica).
Em termos de adesão na Europa, a empresa referiu que a principal cidade é “Barcelona, pela necessidade do serviço”, onde contam “com 80% dos AL, com mais de 6.000 apartamentos” e estão “também a crescer muito rápido em Paris, Madrid, Málaga e Bruxelas”.
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