“Os resultados desta visita, que irá terminar em Brasília, foi a certeza de que de facto o problema existe e é um problema grave”, afirmou Francisco Assis à Lusa.
“O problema pode tornar-se mais grave, mas o Brasil compreendeu a dimensão do problema e está a responder de forma muita articulada com as Nações Unidas […] Espero que possa haver uma evolução da situação”, acrescentou.
O eurodeputado frisou que os venezuelanos que atravessaram a fronteira brasileira para fugirem da crise económica e social no seu país não representam um desafio humanitário tão grave do ponto de vista numérico, mas a situação preocupa porque “a Venezuela faz fronteira com um dos estados mais pobres do Brasil, que é Roraima”.
Segundo Francisco Assis, esta condição particular faz com que ajuda aos imigrantes seja mais limitada.
Em dois anos, o número de pedidos de refúgio no Brasil de cidadãos oriundos da Venezuela cresceu 922%.
Segundo informações divulgadas pelo Governo de Boa Vista, capital de Roraima, pelo menos 40 mil venezuelanos atravessaram a fronteira para viver no Brasil nos últimos dois anos.
Francisco Assis mencionou que União Europeia já tomou uma decisão e vai ajudar estes imigrantes e refugiados.
“Já foi tomada uma decisão e será enviado muito em breve uma verba de 2,5 milhões de euros para ajudar as operações [de ajuda humanitária] no Brasil. É uma verba total de 5 milhões de euros que será enviada metade aqui para o Brasil e metade para a Colômbia”, explicou.
Ele disse ainda que a União Europeia também trabalha em outras frentes, citando como exemplo inciativas de trocas de experiências.
“Nos próximos dias uma delegação de autoridades brasileira irá à Europa. Haverá uma viagem até a Alemanha e a Itália para tomarem contacto com experiências que foram tomadas no âmbito europeu em relação a questões de refugados e imigrantes”, explicou.
Além de visitar abrigos, Francisco Assis e outros eurodeputados reuniram-se com várias organizações presentes em Boa Vista, capital de Roraima, como a Cruz Vermelha, o ACNUR e os representantes da Operação Acolhida, montada pelo Ministério da Defesa brasileiro e que dá apoio aos migrantes oriundos da Venezuela.
A delegação chefiada por Assis, cuja missão termina em 29 de junho, segue depois para Brasília onde irá reunir-se, entre outros, com representantes do referido comité federal, com o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, e com o chefe da Casa Civil da Presidência da República, Eliseu Padilha.
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