Os autores da investigação, divulgada pela publicação científica “Frontiers”, consideram preocupante que apenas 11% dos sítios avaliados no estudo estejam em áreas protegidas, e explicam que muitas das áreas identificadas coincidem com territórios geridos por comunidades indígenas, que desempenham um papel fundamental na sua manutenção.
As áreas identificadas como funcionalmente intactas incluem a Sibéria Oriental e o norte do Canadá para os biomas boreal e tundra, e parte das florestas tropicais da Amazónia e da bacia do Congo e do deserto do Saara.
Os autores do estudo lembram que há mais de 30 anos que as áreas naturais, que não foram consideravelmente modificadas pelo homem, foram identificadas como prioritárias nas ações de conservação e proteção, algo que é reconhecido pela Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica.
“Sabemos que o habitat intacto se está a perder cada vez mais e a importância do habitat intacto tem sido demonstrada quer para a biodiversidade quer para as pessoas”, disse Andrew Plumptre, da Universidade de Cambridge (Reino Unido), autor principal do estudo.
A investigação concluiu que muitos dos habitats considerados intactos afinal têm espécies em falta, quer por ação humana quer devido a espécies invasoras ou doenças, alertou.
Ainda que não exista uma definição comum para integridade dos habitats os mapas até agora criados estimavam que entre 20% e 40% da superfície terrestre permanecia livre de grandes perturbações humanas (como habitações, estradas ou poluição luminosa ou sonora).
Com uma abordagem diferente, partindo do princípio de que uma comunidade ecológica intacta contém as espécies passíveis de ocorrer num determinado local, sem perdas, e com referência a uma época anterior (ano 1500), os autores avaliaram também a integridade da fauna e a sua densidade.
Apesar dos números, os autores dizem que até 20% da superfície terrestre poderia ser restaurada de forma a manter a integridade da fauna, através da reintrodução, e proteção, de algumas espécies.
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