Os vídeos foram divulgados ao programa “Panorama BBC” por uma amiga de Latifa, Tiina Jauhiainen, um primo materno, Marcus Essabri, e pelo ativista David Haigh.

Os três têm feito parte de uma campanha internacional pela libertação da princesa — "Latifa Livre". As imagens agora tornadas públicas foram captadas por um telemóvel, dado por estes, cerca de um ano depois de ter sido capturada e de ter regressado ao Dubai. Depois da troca de mensagens ter terminado, os amigos estranharam e decidiram divulgar os vídeos que agora a BBC emitiu.

Latifa, de 35 anos, gravou os vídeos dentro da casa de banho, o único local onde podia trancar a porta. Nos excertos divulgados pela BBC, a Princesa diz estar numa villa, vigiada pela polícia, onde está detida como “refém”, e que não pode sair de casa.

“Todos os dias me preocupo com a minha segurança e a minha vida. Não sei se vou sobreviver a esta situação. A polícia ameaçou-me, disseram-me que ficarei toda a vida na prisão e não voltarei a ver o sol outra vez”, diz num dos excertos divulgados pela emissora britânica.

“Só quero ser livre (…). Não sei o que estão a planear fazer comigo", afirma ainda.

Segundo a BBC, a filha do também vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos conta que tentou fugir do Dubai, em 2018, mas o barco foi intercetado por militares que a drogaram. A princesa perdeu a consciência, foi transportada para um jato privado e só acordou no Dubai.

Esta não foi a primeira tentativa de fuga, aos 16 já o tinha tentado. Nem é a única na família a tentar fugir do país. A madrasta e sexta mulher do emir do Dubai, a Princesa Haya Bint Al Hussain, conseguiu mesmo fazê-lo. Está com os dois filhos em Londres desde 2019.

O pai de Latifa, o xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum, é um dos chefes de Estado mais ricos do mundo, governante do Dubai e vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos.