O Presidente da República chegou pouco depois das 12h00 deste domingo a Vila Nova da Rainha, em Tondela, onde este sábado oito pessoas perderam a vida devido a um incêndio durante um jantar numa associação recreativa.
No local, Marcelo começou por visitar o edifício onde ocorreu o incidente, fazendo à saída um balanço à comunicação social do que viu e do que lhe foi relatado: "Foi tão rápido, foi tão inesperado, começa por uma salamandra e deve ter tido uma propagação rápida (…), com uma saída com escadas, e uma porta que abre para dentro... muito pânico. A vida passa a ser aleatória. Há pessoas que conseguem ter mais sorte numa situação dessas, outras menos", lamentou.
Questionado sobre se o local cumpria com os requisitos de segurança necessários, Marcelo disse que "os licenciamentos estavam preenchidos" e que ao lado da porta que abria para dentro havia uma outra que abria para fora e que podia ter sido utilizada. “Como a [porta] que ficava em frente das escadas era a mais óbvia, a mais utilizada, e a outra normalmente estava fechada, aquela que podia ter dado saída para o piso que ficou praticamente incólume (o piso de baixo), não foi utilizada”, contou. "É uma realidade muito rápida, em que as pessoas estão em pânico. Só vivendo", concluiu.
O Presidente da República elogiou a atuação das forças de socorro e de segurança na noite de sábado. "Quero reconhecer e louvar a forma abnegada e competente como várias instituições intervieram em tão curto lapso de tempo. Foram excecionais, todas", disse. "Da saúde à Proteção Civil, passando pelo contributo da Força aérea, e das estruturas de socorro para transporte e evacuação. Tudo funcionou", acrescentou.
Marcelo fez ainda referência à presença pronta de membros do Executivo e de políticos locais. "Devo reconhecer a rapidez e a disponibilidade com que desde os deputados, aos autarcas, aqui estiveram, num momento muito difícil, logo aqui à noite. (...) Todos estiveram à altura das circunstâncias numa situação que desejaríamos não ter ocorrido, que é muito dramática para quem aqui vive, que tem familiares ou amigos próximos atingidos".
Em declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que ainda irá a Viseu visitar alguns dos feridos e manifestou disponibilidade para visitar os restantes, se estes assim o desejarem, referindo porém que ainda se está "no período crítico" e que estas iniciativas, se precipitadas, "em vez de ajudar, desajudam".
Marcelo fez-se acompanhar nesta visita do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita. Aos familiares das vítimas, com quem também teve oportunidade de contactar, o Presidente quis transmitir "conforto, conforto, conforto. Ouvir as pessoas, que elas têm mais a dizer que nós", disse.
Pelo menos 38 pessoas ficaram feridas no incêndio de sábado.
Treze dos feridos do incêndio estão internados no hospital de Viseu, dois deles em cuidados intensivos, segundo o presidente da administração Centro Hospitalar Tondela – Viseu, Cílio Correia.
Houve ainda 16 feridos que foram enviados para outras unidades hospitalares: cinco para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, para o Porto foram três feridos para o hospital São João, dois para o Santo António e um para a Prelada - este com "prognóstico reservado", enquanto para Lisboa foram encaminhados dois para o Santa Maria, dois para o São Francisco Xavier e um menor para o Dona Estefânia.
No local estiveram 36 meios operacionais do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), entre eles seis viaturas médicas de emergência e reanimação, quatro unidades de psicologia, seis ambulâncias de emergência médica e também quatro helicópteros, dois deles da Força Aérea. Segundo os dados do Ministério da Saúde, mais de 70 elementos do INEM estiveram envolvidos.
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