Pouco passava da 13h00 quando o armão, uma espécie de charrete, que transportava a urna de Mário Soares chegou ao Mosteiro dos Jerónimos. Veio acompanhado de uma imensa fila de cavalos e cavaleiros vestidos a rigor e de um jeep da GNR.
À espera, a Guarda de Honra da GNR, com estandarte nacional e banda de música, assim como algumas centenas de populares, na sua maioria gente mais velha, e um batalhão de jornalistas.
Da charrete de quatro cavalos para os ombros de seis militares, a urna foi transportada durante cerca de 100 metros. Passou por três históricos socialistas, Manuel Alegre, Miranda Calha e Carlos César, debaixo de aplausos e de um grito de um popular com o icónico "Soares é Fixe".
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A família Soares, com os filhos Isabel e João à cabeça e a família Barroso, onde pontificava Eduardo Barroso e José Manuel Barroso, sobrinhos e netos, seguiam, uns metros atrás, a passo, esta parte final do cortejo fúnebre.
Maria Manuel Leitão Marques, ministra da presidência, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues e o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aguardavam, numa passadeira vermelha, à entrada do Mosteiro. Um pouco à distância, o Cónego José Manuel Ferreira, Pároco da Igreja de Santa Maria de Belém, Mosteiro dos Jerónimos
Porque o Hino de Portugal já tinha sido tocado aquando da chegada de Marcelo Rebelo de Sousa, foi tempo da banda da GNR tocar outra música à passagem do “Pai da Democracia” portuguesa, ex-presidente da República e anterior primeiro-ministro.
Ao som da marcha fúnebre de Frederic Chopin, Soares entrou, seguido das mais altas figuras do Estado português presentes (o primeiro ministro António Costa está, recorde-se, em visita oficial à Índia), do Cónego e da família.
Enquanto cá fora se procedeu ao render da Guarda Nacional Republicana, lá dentro, na Sala dos Azulejos, a Policia do Exército depositava coroas de flores e, por esta ordem, presidente da República, Presidente da Assembleia da República e Ministra da Presidência deram as últimas condolências aos filhos, João e Isabel.
De acordo com o protocolo, depois da saída destas individualidades, procedeu-se à abertura da câmara ardente ao público, que decorrerá hoje até à meia-noite, reabrindo amanhã, às 8h00.
Com a urna guardada por 6 militares com a espada ao ombro, cada qual representando um ramo das Forças Armadas (Marinha, Exército e Força Aérea), centenas e centenas de anónimos cidadãos começaram a desfilar prestando a última homenagem, o último adeus, àquele que se considerou sempre Republicano, Laico e Socialista.
Uma homenagem feita também por gente e figuras de todos os quadrantes políticos, sociais e empresarias. Nas primeiras duas horas destaca-se a presença de Jorge Sampaio (antigo presidente da República), Pedro Passos Coelho (ex-primeiro ministro), Ribeiro e Castro (CDS), Jerónimo de Sousa (PCP), Edmundo Pedro (histórico da resistência anti-fascista com 98 anos), o jornalista Miguel Sousa Tavares, Maria Antónia Palla, Teresa Patrício Gouveia (ex-ministra dos Negócios Estrangeiros e do Ambiente, PSD), Artur Santos Silva (BPI), Augusto Santos Silva (ministro dos Negócios Estrangeiros), Francisco Louça (BE) ou Mário Tomé (histórico líder da UDP), entre muitos outros.
Esta terça-feira, a partir das 13h00, irá realizar-se uma sessão solene evocativa de homenagem a Mário Soares no claustro do Mosteiro dos Jerónimos. A seguir, o cortejo fúnebre segue para o cemitério dos Prazeres.
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