Stefan Löfven referiu “os acontecimentos ainda em desenvolvimento em Portugal” na abertura do congresso do Partido Socialista Europeu (PES), em Málaga, Espanha, e ressalvou não querer fazer comentários com base em “especulações e rumores”.

“Temos de esperar e conhecer a história toda. Mas deixem-me dizer que a nossa família política está sempre do lado do Estado de Direito e sempre contra a corrupção. Estamos por isso chocados e tristes com estas notícias”, afirmou Stefan Löfven, antes de acrescentar que é preciso “respeitar a presunção de inocência”, sublinhando que é um direito fundamental.

“E deixem-me aproveitar esta oportunidade para agradecer a António Costa pelo trabalho e pelas conquistas incríveis como primeiro-ministro. Quero elogiar a sua liderança e a coragem em demitir-se para preservar a dignidade do cargo, mesmo sem ter sido acusado”, acrescentou Stefan Löfven, num momento que a assembleia aplaudiu.

Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República, na sequência da demissão do primeiro-ministro, na terça-feira.

António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público (MP) no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo relacionado com negócios sobre o lítio, o hidrogénio verde e um centro de dados em Sines terem invocado o nme do primeiro-ministro como tendo intervindo para desbloquear procedimentos.

No dia da demissão, Costa recusou a prática “de qualquer ato ilícito ou censurável”.

O Partido Socialista europeu reúne-se hoje e no sábado em Málaga, com o socialista espanhol Pedro Sánchez como anfitrião.

Stefan Löfven considerou que um dos momentos mais importantes para os socialistas europeus dos últimos meses ocorreu precisamente em Espanha, com o resultado das eleições de 23 de julho e “a prova” de que é possível derrotar o populismo e os partidos reacionários.

O partido socialista espanhol (PSOE), o segundo mais votado nas eleições, fechou hoje os últimos acordos com uma ‘geringonça’ parlamentar que integra oito formações políticas e que deverá reconduzir Pedro Sánchez como primeiro-ministro na próxima semana.